Um dos estilos mais pedidos nos estúdios e também muito controverso quanto à sua história e significados no mundo da tatuagem, com certeza é o MAORI! Depois de muita pesquisa, resolvemos mergulhar a fundo nesse estilo que é muito popular entre os tatuados e tem uma história MUITO complexa de significados. Por isso nós vamos diluir as informações em algumas matérias para você não ficar por fora de nada.
Afinal, o que é a arte Maori?
Os Maoris são um povo indígena que tem como origem a Nova Zelândia. Eles têm um estilo de arte peculiar chamado de MOKO, mais conhecido por nós como o MAORI.
Essa arte foi inspiração da polinésia e é considerada sagrada. O povo Maori considera a cabeça a parte mais importante e sagrada do ser humano, e por isso a parte do corpo mais tatuada por eles é o rosto e tem como design predominante linhas curvas e espirais. Quando a tatuagem cobre todo o rosto, ela tem significados de status social, posição na hierarquia da tribo, poder e prestígio.
Para os Maoris a tatuagem era um rito de passagem altamente reverenciado, e até hoje eles fazem isso para não perder a essência. A tatuagem geralmente começa a ser feita na adolescência. O incrível da arte Maori de raiz é que nenhum desenho até hoje é igual ao outro, todos são diferentes e únicos. Por isso que as tatuagens Maori como nós a conhecemos hoje em dia com desenhos como tartarugas e etc, NÃO TÊM SIGNIFICADO NENHUM!
Os desenhos são feitos com um estilo muito intrincado e detalhado, mostrando não só a habilidade quanto a cultura do seu povo.
Os tatuadores são conhecidos como TOHUNGA TA MOKO ,"especialista em Moko". Eles são altamente respeitados e considerados TAPU, que significa "inviolável" ou "sagrado". Eles geralmente são homens, mas algumas poucas mulheres já dominam a técnica.
Como a arte Maori se tornou popular?
A arte Maori veio para a Nova Zelândia trazida em 1769 pelo capitão James Cook. A palavra TATTOO é uma adaptação que o capitão fez da palavra TATAU, uma onomatopeia do som que o bambu faz enquanto se está tatuando: TA TA TA TA TA. Mais tarde exploradores europeus ficaram fascinados com a cultura e tradições do povo maori.
Naquela época os maoris tinham por hábito pegar as cabeças tatuadas de inimigos mortos em guerra, e colocavam em caixas bem ornamentadas como se fossem troféus, símbolo de poder, conquista e proteção.
Nessa época os europeus faziam sempre contato com o povo Maori. Um grupo de missionários estudou mais a fundo as tradições e tentaram introduzir as ideias do cristianismo na tribo. Em 1814, eles voltaram para a Europa com um líder Maori chamado HONGI. Ele recebeu um baú cheio de presentes pelo seu esforço em ajudar a traduzir a Bíblia para sua linguagem.
Hongi trocou os presentes por alguns mosquetes e muita munição em Sydney. Quando chegou na Nova Zelândia, ele usou os mosquetes para uma série de ataques à tribos rivais.
E mais tarde os Maoris descobriram que os Europeus estavam trocando armas e munições por cabeças de guerreiros Maoris. Assim muitas tribos também faziam ataques aos seus vizinhos sem motivo nenhum, somente pra satisfazer a sede de poder, armas e munição. As cabeças enviadas para os europeus eram vendidas para museus e colecionadores excêntricos.
Com isso, os Maoris começaram a matar pessoas que nem mesmo faziam parte de tribo alguma e tatuavam as suas cabeças depois da morte, somente para trocar por mais armas e munição. Mesmo cabeças com tatuagens mal feitas e sem detalhe nenhum, que não eram originais de um guerreiro Maori, eram aceitas pelos Europeus, aumentando ainda mais a matança desenfreada nas tribos antes amigas.
Um dos maiores colecionadores de cabeças Maori foi o Major General Horatio Robley, que em vida conseguiu juntar mais de 35 cabeças. Hoje em dia, 30 das 35 cabeças de sua coleção podem ser vistas no Museu de História Natural de Nova York. Ele também escreveu um livro chamado MOKO, que dá detalhes enormes sobre os significados e histórias do povo Maori.
Até a próxima!