O artista holandês Vincent Van Gogh, que ficou famoso não apenas por suas obras, mas também por mutilar parte de sua orelha em 23 de dezembro de 1888, aos 35 anos de idade, provavelmente cortou mais do que se sabia até aqui.
Muitos debates, entre os estudiosos, haviam chegado à conclusão que Van Gogh havia cortado a parte de baixo de sua orelha; ou seja, apenas o lóbulo. No entanto, segundo informações recentes do The Globe and Mail, um livro lançado na segunda quinzena de julho contesta a tese e prova exatamente o contrário.
Segundo a historiadora irlandesa Bernadette Murphy descobriu, há um desenho feito pelo médico que tratou do ferimento de Van Gogh. Pela ilustração é possível concluir que o artista cortou praticamente toda a orelha, deixando apenas uma pequena saliência: justamente o lóbulo.
Os estudos de Bernadette Murphy tiveram início ainda em 2010, mas suas conclusões só foram divulgadas há alguns dias. Até então, a ilustração que mostra o tamanho do ferimento provocado tinha permanecido em segredo.
A historiadora, que nunca havia publicado nenhum livro até então, argumenta também que a ação de Van Gogh não foi completamente aleatória, mas algo deliberado e consciente.
Ela também afirma ter descoberto a identidade da mulher a quem Van Gogh enviou a orelha. A história que se conta é que o artista, infeliz com a partida do amigo, o também pintor Paul Gauguin, após uma tentativa fracassada de fundarem uma fraternidade de Arte em Arles, na França; cortou, lavou e embrulhou a orelha, levando-a a um bordel, e teria entregue o “presente” a uma prostituta chamada Rachel.
O que Murphy afirma agora é que Rachel não era uma prostituta e sim uma camareira em Arles. Seu nome verdadeiro era Gabrielle e ela tinha apenas 19 anos. A prostituição era legal na França até depois da Segunda Guerra Mundial, mas as prostitutas tinham que ter pelo menos 20 anos de idade.
Segundo Murphy, Van Gogh descreveu Gabrielle como um “anjo ferido”, ao vê-la seriamente machucada, após ter sido mordida por um cão.
A historiadora afirmar que entrou em contato com parentes vivos de Gabrielle, mas, a seu pedido, deverá manter o sobrenome de Gabrielle em segredo, até que lhe seja dada permissão da família para divulgar.
Van Gogh sofria de ansiedade crônica e desequilíbrios mentais. O pintor se suicidou em 1890, aos 37 anos.