Nascido em Londres, em 1725, filho de marinheiro mercante, John Newton começou a acompanhar o pai em alto-mar aos 11 anos. Em 1744, foi alistado na Marinha. Possuía um espírito revoltado, talvez consequência da morte de sua mãe quando tinha 6 anos.
Quando estava na Marinha, achou que as condições de lá eram intolerantes, então decidiu fugir. Foi achado, arrastado de volta para o navio, açoitado e humilhado publicamente.
Depois de um curto tempo na Marinha, Newton arranjou uma transferência para um navio negreiro, iniciando, assim, sua carreira como traficante de escravos.
Depois de um tempo, quando seu navio estava preparado para viajar para as Américas, ele resolveu negociar com o seu comandante para ficar, mas se arrependeu da decisão e mudou de ideia. Por esse motivo, foi tratado como indigente e quase morreu de fome, mas foi ajudado por escravos que compartilharam sua comida com ele.
Com a ajuda de seu pai, Newton recebeu passagem para voltar à Inglaterra. Porém, a bordo, se tornou cada vez mais um homem de espírito revoltado e blasfemo.
Ele zombava abertamente de qualquer pessoa que professasse a fé no Deus cristão.
Ainda a bordo, quando estava no navio que o levava de volta à Inglaterra, ele, de modo descuidado, pegou um livro cristão que encontrou em sua cabine e começou a ler. Consequentemente, começou a se perguntar “e se essas coisas forem verdade?”
No mar, em uma de suas viagens, Newton e quem estava com ele enfrentaram uma grande tempestade. As ondas que quebravam sobre o navio causaram graves danos e isso os levou a crer que iriam afundar. Mas depois de horas retirando a água do navio, Newton gritou: “Se essa tragédia não vai terminar, que o Senhor tenha misericórdia de nós”. Imediatamente, começou a se sentir constrangido e indigno, pensou: “Que misericórdia poderá haver para mim?”
“Eu pensei que nunca houve ou poderia haver um pecador como eu, cheguei à conclusão de que meus pecados eram grandes demais para serem perdoados”, disse Newton.
Semanas depois, passou por outra tempestade, mas entregou sua vida a Cristo, achando que ia morrer. Depois de ter sobrevivido, ele descobriu que existe um Deus que ouve e responde orações.
Apesar de sua conversão, John Newton continuou a trabalhar como traficante de escravos, totalmente cego para os males da escravidão por causa de sua cultura e também por interesse próprio. Porém, depois de muitos anos, ele explicou: “Eu teria sido sobrecarregado com angústia e terror se eu soubesse, ou mesmo suspeitasse, de que eu estava agindo de forma errada.”
Finalmente, chegando à Inglaterra, sua terra natal, ele começou a crescer na vida espiritual com ajuda de outras pessoas. Ouviu pregadores como John Wesley, que condenava o tráfico de escravos e a sua vida mudou totalmente.
Tornou-se um pastor anglicano, autor de vários hinos e grande defensor do fim da escravidão na Inglaterra, influenciando o abolicionista William Willberforce.
Ele transportou muitas cargas de escravos africanos para as Américas. Durante as viagens, os escravos não podiam falar, nem gritar. Então, eles sussurravam sons sem pronunciar palavras. Essa melodia ficou conhecida como “o lamento da África Ocidental”. Enquanto transportava os escravos, Newton ouviu a canção em forma de lamento, escreveu as palavras “Amazing Grace” e ajustou a letra deste hino tão conhecido nessa melodia escrava.
Amazing Grace se tornou o maior hino cristão da história. Com mais de 200 anos, é a canção mais gravada de todos os tempos.