Estreou nos cinemas brasileiros, nesta última quinta-feira (8), a produção 'Simonal, filme biográfico que conta a história de um dos maiores ícones da Música brasileira, Wilson Simonal. O cantor teve uma das trajetórias mais conturbadas da MPB.

Simonal era um fenômeno artístico nas décadas de 1960 e 1970, o cantor atraia milhares de fãs aos seus shows, além de também fazer sucesso como apresentador de TV, ele também gerenciava sua própria carreira por meio da 'Simonal Produções'.

Colaborador da ditadura

A vida de Wilson Simonal mudou radicalmente após ter sido acusado de ser colaborador do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), o órgão do governo na época da ditadura militar, encarregado por reprimir e torturar dissidentes políticos.

Depois desta denúncia, o cantor viu sua carreira cair no ostracismo e acabou sendo esquecido pela música brasileira.

O site UOL em sua crítica sobre o filme disse que a obra é polêmica e que não deixou de fora passagens mais delicadas da vida do artista.

O site entrevistou os filhos do artista falecido, os também cantores, instrumentistas e produtores: Simoninha e Max de Castro, que colaboraram com o filme. Além deles, também participou da entrevista o diretor do longa-metragem, Leonardo Domingues.

O trio afirmou na entrevista que a intenção com este filme era a de fazer um resgate da obra de Simonal, além de tentar esclarecer os boatos que dizem que ele foi um delator no período ditatorial.

Domingues relatou que conversou com pessoas que assistiram ao filme e que estas pessoas mostraram total desconhecimento sobre essa história.

O diretor acredita que mais do que um resgate, o filme esclarece o que realmente aconteceu, ele continua dizendo que, o filme é muito atual, que estamos vivendo um momento parecido: "Alguém pode ser colocado de escanteio por uma fake news", afirmou o cineasta.

Para Simoninha a mensagem que o filme passa é pessoal, ou seja, o entendimento é de cada pessoa, ele prossegue dizendo que cada um tem a liberdade para levar para casa e para dentro de si, o que quiser.

Ele acredita que vai ter gente que terá vontade de aprender mais a história, enquanto outros terão interesse em relembrar as canções e ainda terá um público interessado em entender todas as questões políticas que aconteceram.

Imagens reais

O diretor Leonardo Domingues diz que já trabalhou muito com documentário e que gosta de fazer experimentações, um exemplo disto é que para resolver o problema de ter que filmar um Maracanãzinho com 30 mil pessoas (O cantor fez uma apresentação no estádio em 1969), ele aproveitou que já existiam imagens reais deste show e as aproveitou para o seu filme.