Nesta sexta-feira (24), o ex juiz Sérgio Moro se demitiu do Ministério da Justiça e Segurança Pública, além de fazer sérias acusações com o presidente Jair Bolsonaro. Segundo informações da colunista Joana Cunha, do jornal Folha de S.Paulo, esse fato foi recebido pelo público dos grandes empresários como algo decepcionante e preocupante frente ao impacto que foi gerado de forma imediata no câmbio alertando os setores que dependem da importação.

Segundo a colunista da Folha, a sensação que ronda os empresários foi de que o Governo Bolsonaro perdeu o mais forte de seus pilares e isso acendeu um sinal vermelho no atrativo de investimentos.

Opiniões de grandes empresários brasileiros sobre governo Bolsonaro e Moro

Segundo a colunista, para o presidente do mercado de energia Comerc, Christopher Vlavianos, a trajetória iluminada de Moro foi apagada pela ineficiência pública e pela burocracia. Na concepção de Laércio Cosentino, presidente do conselho da Totvs, o Brasil almejado é aquele que possui metas claras, ambiente de Negócios competitivo, investimentos, segurança, justiça e ética, e esse fato mostra que tais anseios não passam literalmente de um sonho.

Para o presidente do Brasil 200, Gabriel Kanner, o episódio se configura numa decepção absoluta e que o apoio dado ao governo Bolsonaro tinha como visão a anticorrupção e esse fato fez com que um grande grupo de empresários se sentisse traído.

Winston Ling, um dos maiores defensores do presidente Bolsonaro no empresariado, afirmou que a demissão de Moro ‘já respingou na economia’, pois deixou muitos investidores do exterior receosos em fazer aplicações no setor de privatizações e com a saída de Moro ‘o Brasil saiu perdendo’. Foi Ling, que apresentou o atual ministro da Economia, Paulo Guedes a Bolsonaro.

Ainda segundo a colunista Joana Cunha, o empresário José Seripieri (QSaúde) afirmou que a demissão de Sergio Moro tende a colocar o país em mares revoltos e que é preciso apertar os ‘cintos de segurança’, além de driblar a dramática crise do novo coronavírus.

O vice-presidente da Fiesp e também presidente da Abiplast, José Roriz, ressaltou à coluna Painel da Folha, que como se não bastasse a instabilidade gerada pela pandemia do Covid-19, ‘e ele [Bolsonaro] ainda joga mais gasolina na fogueira’.

Para o empresário, o presidente deveria focar na busca pela resolução da pandemia, além de propor maior segurança aos investidores, porém Roriz afirma que o que se vê é a velha política com a aproximação de Bolsonaro com o Centrão.

Numa percepção mais mediadora, Horácio Piva (Klabin) disse que as informações são contraditórias, mas que em breve será possível saber quem tem mais razão, mas destacou que Moro provavelmente ‘não tinha mais clima para ficar’.

Outros grandes empresários foram procurados pela Folha de S. Paulo, contudo, segundo informações da colunista Joana Cunha, um preferiu ficar ‘atrás do toco’ e outro estava em reunião do conselho da empresa, onde é presidente.