O isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19 somado a uma crise econômica que se enfrenta há algum tempo fizeram com que muitos empresários e donos de lojas especializadas em chocolates e doces não perdessem nem tempo e nem dinheiro.

A impossibilidade de sair de casa, o fechamento do comércio considerado não essencial e a priorização para outras questões trouxeram, como consequência, a queda na procura e nas vendas de ovos de Páscoa. Um gosto meio amargo para os empresários do setor.

Esperava-se um aumento de 5,5% no volume vendido para esta época, de acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

Se se transformar esse percentual em dinheiro, o prejuízo é calculado em R$ 738 milhões. Em relação ao faturamento total, a CNC estima para 2020 o valor total de R$ 1,59 bilhão para o setor. Menor do que os R$ 2,33 bilhões contabilizados em 2019. Comparativamente, a queda é de 31,6% nas vendas. Outro gosto mais amargo.

Saída com criatividade

Com a finalidade de escoar o estoque e reduzir o prejuízo o máximo que puder, os lojistas pensaram e bolaram várias maneiras estratégicas e usaram de criatividade. Já que não se pode chegar ao ápice, pelo menos dá para fazer alguns dribles. Alguns destes dribles abrangem desde a oferta de descontos nos produtos até a isenção do frete e da taxa de entrega.

De acordo com uma plataforma baseada em inteligência artificial, a quantidade de lojistas e empresas que arcaram com os custos de envio dos produtos aumentou de 30% para 55%.

O marketing relativo aos ovos e similares feitos caseiramente também obteve subida para 8,8%; melhor do que 2019, quando o índice foi de 6,4%. Entre as preferências dos consumidores estão os ovos de colher, brigadeiros e bolos.

Porém, existe gente arrojada que aposta na superação do mau resultado, mirando outras datas comemorativas ao longo do ano. Há até os que no futuro, quando a quarentena for abolida, imaginem o retorno da convivência entre parentes, amigos e familiares com um presentinho doce e saboroso.

Datas como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados são bem convidativas, ensejando a expectativa de melhores vendas de chocolate e similares.

Afinal, além de alimentar, o chocolate possui uma carga afetiva e de carinho, agradando a quase todos.

Coelho grande

Se a pandemia causou um certo incômodo entre os pequenos fabricantes, não foi diferente com as grandes indústrias especializadas no assunto. Embora contem com supermercados e farmácias para vender sua produção, já que estes estabelecimentos não podem fechar por serem de serviço essencial, as gigantes produtoras tiveram de se adaptar à nova realidade.

Várias maneiras foram encontradas como ajustes na produção, firmar parcerias na entrega e oferecer descontos, evitando uma quebradeira financeira maior. Neste segmento das grandes empresas, vale acesso por meio de aplicativos de entrega, isenção da cobrança do valor de transporte e consulta direta aos mais conhecidos fabricantes pelos seus respectivos portais oficiais.

Seja por telefone ou por WhatsApp.

Uma conhecida empresa suíça no ramo de chocolates, por exemplo, oferece um desconto de 33% em todos os ovos de Páscoa vendidos em seu portal.

Mesmo a distância, o comércio prossegue de modo virtual, sendo bom para os que produzem e para os que querem ou não resistem à tentação do chocolate, mantendo tanto a quarentena como a tradição de uma data como a Páscoa.