O mercado global tem procurado cada vez mais se voltar para as "causas verdes" que seguem os critérios ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês). Impulsionadas pela causa, gestoras de grandes fortunas brasileiras estão migrando suas carteiras de Negócios a fim de ampliar a oferta de fundos voltados à sustentabilidade.
Para que as administradoras dos recursos façam essa migração é necessário a adoção e estruturação dos critérios ESG. O Brasil conta com cerca de R$ 30 bilhões sob a gestão dos fundos verdes, mas ainda engatinha quando se compara ao mercado global.
Os investimentos em fundos sustentáveis no mercado global gira em torno de US$ 1 trilhão.
Grandes instituições aderem fundes verdes (ESG)
Grandes instituições financeiras como a BTG Pactual e XP estão começando a se estruturar por meio de parcerias para administrar os fundos verdes, ou seja, recursos voltados a projetos ambientais. Atualmente apenas três gestoras de pequeno e médio porte trabalham exclusivamente com fundos sustentáveis no País são elas: Constellation, Fama e JGP.
Santander lança fundo ESG
Para os gestores e bancos conforme as discussões aconteçam é provável que mais gestoras e instituições financeiras se voltem a práticas socioambientais, de modo que, critérios de fundo ESG ganhe mais musculatura no Brasil.
A gestora de recursos do Santander afirmou que está lançando um fundo ESG tendo como parceira a holandesa Robeco (casa de investimentos) que está voltada a projetos socioambientais. A Robeco foi uma das que cobraram ações do Governo sobre o desmatamento na Amazônia e diante dos escândalos da Vale resolveu retira-la de seu portfólio.
Os empréstimos fornecidos pelo Santander, também, é outro benefício para empresas brasileiras que necessitam e almejam pagar juros mais baixos. Porém, o banco informou que para se obter juros baixos o cliente deverá cumprir as metas ambientais definidas. A instituição trabalha no desenvolvimento de 20 empréstimos desse tipo.
O Santander afirmou que o desconto na taxa de juros afeta a rentabilidade da instituição, mas permite que sejam estabelecidas condições de implementação de medidas socioambientais. O representante da instituição informou que por enquanto, o banco contabilizará esse serviço no balanço patrimonial até a data do vencimento.
Fama: Pioneira em fundos ESG
Até o momento, a Fama, fundada em 1993, é a única casa de investimentos que nasceu puramente de projetos sustentáveis e investe em pelo menos 15 empresas que constam na lista da bolsa paulista, a B3. Sob sua gestão, a Fama conta com R$ 2,5 bilhões.
Um dos fundadores da Fama, Fabio Alperowitch afirma que todas as empresas alvo seguem propósitos socioambientais e disse estar feliz com o debate que está sendo levantado após 30 anos de espera.