A gasolina utilizada em veículos teve uma modificação em sua composição, visando fornecer uma qualidade melhor no desempenho automotivo.
Desde o último dia 3, os produtores de combustíveis deverão atender a uma resolução da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) que, na prática, beneficiará os motores dos carros e o meio ambiente.
Quando se pensa nesse tipo de adequação baixada pelo órgão normatizador (a ANP), os principais alvos serão a Petrobras e os importadores dos derivados de petróleo. Se bem que a primeira empresa citada anteriormente é a que mais será exigida.
Substituição gradual
Para o condutor/consumidor, a maior benesse da “nova” gasolina se encontra na eficiência em relação à comercializada até o momento. Isso significa que se poderá rodar mais com o tanque de combustível abastecido; não será preciso parar mais vezes nos postos de gasolina. Portanto, o consumo diminuirá.
Uma das intenções, além de oferecer um produto de qualidade ao mercado, é incentivar as empresas automobilísticas no uso de Tecnologia mais avançada para motores, objetivando a diminuição da poluição do ar.
Caso se busque pela “nova” gasolina em um posto de abastecimento, frise-se que a “outra” gasolina continua à venda. É que as distribuidoras têm um prazo limite de 60 dias para se adaptar à nova medida.
Aos revendedores finais, o prazo fatal é de 90 dias. Deduz-se então que, em tese, o mês de novembro será o primeiro totalmente agraciado com a gasolina modernizada.
Esse descompasso na oferta é explicado pelo fato de, tanto distribuidores quanto os revendedores, ainda possuírem estoques com o combustível convencional.
Mexida técnica
Basicamente, o novo combustível sofreu algumas alterações de aspectos técnicos. Parâmetros como temperatura de destilação e nível de octanagem são os responsáveis por esse novo patamar na gasolina. Estes itens descritos ajudam no rendimento. Melhor dizendo: para um mesmo volume injetado no motor, espera-se que haja mais geração de energia quando da queima do combustível.
Justamente essa energia a mais é o que trará mais autonomia e menos paradas nos postos.
A Petrobras estima que a economia sentida no veículo será de 5%, mas adiantou: com as novas especificações vindas da ANP, o preço final deverá subir. É a velha e conhecida estratégia (nem sempre harmônica) preço versus qualidade.
Contrapartida
Indagada sobre o quanto seria majorado o preço, a Petrobrás acredita num reajuste de 2% a 3%. Mas, na ponta do lápis e, de acordo com a estatal petrolífera, as coisas praticamente ficarão na mesma. A título de simulação, um carro popular que gasta, em média, 14 km/L, deverá rodar 14,7 km/L. Já no quesito de custo, vamos pegar o preço médio do produto em Belo Horizonte (MG) de R$ 4,22.
Caso se aplique o aumento de 3%, o preço praticado seria de R$ 4,34. Fazendo a correlação entre os dados, hoje se gasta R$ 0,30 por quilômetro. Com as mudanças da ANP, o preço por quilômetro ficaria em R$ 0,29.
Menos fraude
Segundo gente ligada ao ramo energético, as novas especificações vigentes na gasolina dificultarão a manipulação indevida ou atos fraudulentos com o líquido. A adulteração mais comum é a mistura de solventes com densidade semelhante à da gasolina comercializada atualmente. Eles acham que, com os novos padrões adotados, a possibilidade de fraude no combustível fica bastante reduzida, quase impossível.
Entretanto, o mais relevante e destacado por um dos técnicos é o benefício da “nova” gasolina para o meio ambiente, uma vez que haverá diminuição nas emissões dos gases causadores do efeito estufa na atmosfera.