O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está a poucos dias de terminar seu mandato na presidência da casa legislativa. A eleição para escolher seu substituto acontecerá no dia 1° de fevereiro.

Em seus últimos dias como presidente da Câmara, Maia tem feito duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao Governo federal como um todo.

Ford

Maia voltou a criticar o governo federal depois que a Ford anunciou o fechamento de suas fábricas no país. Em sua conta no Twitter, o parlamentar afirmou que a decisão da empresa é um reflexo da "falta de credibilidade" do governo federal em garantir segurança jurídica e um sistema tributário racional.

Resposta

Fabio Wajngarten, o chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação), saiu em defesa do governo e afirmou que o parlamentar está querendo chamar a atenção, e que a situação da empresa não tem ligação com a atual situação do Brasil.

Mentira

Segundo o comandante da Secom, Rodrigo Maia está mentindo. Wajngarten disse ter a verdade sobre os fatos. Afirmou que a verdadeira razão da Ford deixar o Brasil foi porque a empresa irá priorizar a fabricação de SUVs e picapes, que, segundo Fabio Wajngarten, são mais lucrativas.

Ainda de acordo com o chefe da Secom, a saída da empresa do país não está relacionada com a situação jurídica e política do Brasil, e quem disser algo diferente disso está mentindo e querendo apenas "holofotes".

Manicômio

Maia afirmou em seu texto na rede social que o sistema tributário do Brasil nos últimos anos tornou-se um "manicômio" e isto teria impacto direto na produtividade das empresas.

O presidente da Câmara afirmou ainda que espera que a decisão da empresa automobilística sirva de alerta para o governo federal e o Parlamento, para que se possa avançar na modernização do Estado e que se possa dar segurança jurídica para o capital privado no país.

A Ford anunciou na última segunda-feira (11) o fechamento de suas fábricas na Bahia, Ceará e São Paulo, além do encerramento da produção de veículos no país.

A empresa, que já esteve entre as quatro maiores do Brasil em volume de vendas, já havia fechado sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP) no meio de 2019.

A decisão divulgada pela empresa faz parte da reestruturação mundial da montadora e também no mercado da América do Sul, informou a Ford. Pelo menos 5 mil empregados irão perder seus empregos tanto no Brasil quanto na Argentina.

Anfavea

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores disse que não iria comentar a decisão da Ford, mas que a notícia apenas confirma alertas que Anfavea já havia feito sobre os custos para a produção de veículos no país.