O Governo do presidente Jair Bolsonaro está se preparando para iniciar o pagamento do auxílio emergencial para os próximos quatro meses deste ano. Tudo indica que ele será feito na primeira semana de abril. O governo pretendia iniciar o pagamento do benefício ainda em março mas, na prática, as condições técnicas mostram que a previsão é de que isso ocorra em abril.

De acordo com o cronograma do governo, os primeiros a receberem o auxílio emergencial serão aquelas pessoas que não estão cadastradas no programa social Bolsa Família. A decisão mostra que tais pessoas são as que no momento mais necessitam de ajuda para enfrentar a pandemia da Covid-19 (novo coronavírus).

Bolsa Família deve empurrar nova rodada do auxílio para abril

A decisão de deixar o pagamento para abril advém do pagamento do Bolsa Família, que já está programado de 18 a 30 de março. Segundo técnicos da Economia, não há possibilidade de rodar duas folhas de pagamento no mesmo período.

A expectativa das autoridades governamentais é que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seja promulgada pelo Congresso ainda na próxima segunda-feira (15). Em seguida, o presidente vai editar as medidas provisórias com as regras detalhadas para a concessão do auxílio emergencial, além do crédito extraordinário que será necessário para bancá-lo.

A princípio, o desenho prevê que o pagamento do auxílio será de 4 parcelas mensais de R$ 150 para famílias compostas de apenas uma pessoa, R$ 250 é a média das famílias e, será de R$ 375 para as mulheres chefes de família.

A expectativa de alcance do benefício era de 45 milhões de pessoas, mas aumentou para 46 milhões. Entretanto, esse número ainda conta com 22 milhões de pessoas a menos que as contempladas no primeiro auxílio fornecido em 2020. Nessa nova rodada, apenas uma pessoa por família poderá receber o benefício.

Roma pretende adotar medidas para evitar filas no saque do auxílio

Nesta sexta-feira (12), o ministro da Cidadania, João Roma, se reuniu com o presidente Bolsonaro para explicar maiores detalhes sobre o pagamento do auxílio emergencial e apresentar as medidas provisórias cabíveis. Na reunião, participaram o presidente da Dataprev, Gustavo Canuto, e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que estão diretamente envolvidos na operação técnica, no pagamento e processamento de dados dos beneficiários.

Diante da pandemia que se alastra no território nacional, o ministro Roma pretende evitar que durante o processo de pagamento do benefício não hajam filas enormes para os saques nas agências da Caixa, tal como aconteceu em 2020 em vários lugares do país.

O jornal O Estado de S. Paulo questionou João Roma sobre o cronograma, e teve como resposta que o pagamento do benefício requer serenidade e perícia para evitar balbúrdia nos momentos em que a população beneficiada for fazer o saque.

Valor do auxílio foi definido pensando na inflação, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, não informou se já trabalha com a possibilidade de extensão do auxílio, mas ressaltou que em 2020, quando foi preciso renovar o auxílio emergencial, o governo assim o fez.

Em relação ao valor atual, Guedes afirmou que manter o benefício em R$ 600 não é uma possibilidade sustentável, pois poderia levar a economia a um descontrole da inflação. Tal decisão penalizaria, justamente, os mais pobres a quem o governo pretende defender com a promoção do auxílio emergencial.

Em 2020, o governo disponibilizou cerca de R$ 290 bilhões em recursos para o auxílio que chegou a quase 68 milhões de pessoas no território brasileiro. A média paga pelo foi de cinco parcelas de R$ 600 que ao ser renovado caiu para mais quatro parcelas de R$ 300.