Na última quarta-feira (7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) lançou dúvidas sobre os contratos de fornecimento de gás da Petrobras, após a estatal anunciar reajuste a partir de 1º de maio.

Aumento de 39% sobre o preço do gás é 'inadmissível', diz Bolsonaro

A Petrobras afirmou que enviou questionamentos ao Governo sobre a declaração feita por Bolsonaro sobre mudanças na política de preços da companhia devido ao reajuste de 39% no preço do gás natural destinado às distribuidoras a partir de maio. Na última quarta-feira, Bolsonaro afirmou em discurso em Foz do Iguaçu que esse aumento é "inadmissível".

Em comunicado, a Petrobras afirma que indagou seu acionista controlador sobre a existência de informações relevantes que deveriam ser divulgadas ao mercado. A indagação foi direcionada ao Ministério de Minas e Energia (MME), ao qual a petroleira está vinculada, conforme a Lei 9.478/1997. Contudo, segundo informou a estatal à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), até o presente momento a companhia não obteve resposta do ministério.

Contratos e acordos 'foram feitos pensando no Brasil?', questiona Bolsonaro

"Que contratos são esses? Que acordos foram esses? Foram feitos pensando no Brasil?", questionou Bolsonaro durante discurso em Foz do Iguaçu. O presidente destacou que não vai interferir, mas em contradição completou: "Mas podemos mudar essa política de preço lá".

Recentemente, o chefe do Executivo e o então presidente-executivo da estatal Roberto Castello Branco tiveram atritos referentes à política de preços praticada pela Petrobras, culminando na demissão de Castello Branco. Em seguida, o presidente indicou o general Joaquim Silva e Luna para o cargo. Na ocasião, Silva e Luna gerenciava a diretoria-geral brasileira de Itaipu Binacional.

Para a troca do comando da Petrobras, Bolsonaro chegou a afirmar em 25 de março que o comando da Petrobras precisa "ter uma visão de social". Sua declaração foi feita durante um evento ocorrido na subestação de Foz do Iguaçu, no estado do Paraná.

Sobre o general, o presidente afirmou que a população brasileira que depende do produto iria se surpreender com a troca de comando.

Joaquim Silva e Luna, general da reserva, foi exonerado da diretoria-geral da Itaipu Binacional. Agora segue para assumir a presidência da Petrobras. A exoneração de Silva e Luna foi publicada no Diário Oficial da União, na última quarta-feira (7).

Para assumir a vaga deixada por Silva e Luna foi nomeado o general João Francisco Ferreira, que terá o mandato até maio de 2022. Ferreira passa, então, a ser o quarto militar a comandar Itaipu e o 13º diretor-geral brasileiro.