Na última terça-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) descartou a possibilidade de voltar com o horário de verão, ainda que em meio à crise hídrica e energética no país e que setores da economia se movimentem para retomada do programa.

Segundo o presidente da República disse a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, a volta do horário de verão não traz ganhos financeiros e a maioria é contra a volta do programa porque ele altera o relógio biológico.

Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan e apoiador de Bolsonaro, também apoiou o movimento.

“O fato de ganharmos uma hora durante o dia faz com que a roda da fortuna gire mais”, escreveu Hang no sábado (3).​​​

Extinção do horário de verão começa a incomodar o setor de turismo

O horário de verão foi extinto por Bolsonaro em 2019, quando assumiu a presidência do Brasil. Essa foi uma de suas primeiras medidas por meio de um decreto publicado em abril do mesmo ano. No entanto, empresários do setor de turismo visam convencer o presidente a retomar com o programa.

De acordo com esses empresários, a retomada do horário de verão irá beneficiar o setor de turismo, pois proporciona a extensão do horário de atividades relacionadas ao setor, além de culminar em redução do uso da energia elétrica, contribuindo assim para ajudar a minimizar a situação da crise hídrica no país.

Horário de verão precisa retornar, segundo CNTur

A Confederação Nacional do Turismo (CNTur) e suas entidades filiadas do estado do Paraná, de Santa Catarina e da Bahia enviaram, na semana passada, um pedido ao Governo federal solicitando a retomada do horário de verão.

Bares, restaurantes e empresários do setor de turismo de São Paulo anunciaram, no fim de junho, a adesão ao movimento.

No início deste mês, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) também aderiu à campanha.

População brasileira deverá fazer uso consciente de energia e água

O ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia), em 28 de junho, solicitou que a população brasileira faça o uso consciente da água e energia elétrica. O ministro destacou que a ação não compete apenas aos setores do comércio, serviços e indústria, mas a todos os brasileiros.

Para Bento, o uso consciente e responsável de água e energia deverá reduzir a pressão já existente sobre o sistema elétrico e assim contribuir para minimizar o impacto nos custos da energia gerada no bolso dos brasileiros.

Com o horário de verão ativo haveria uma economia no consumo. No entanto, Bolsonaro se mostra contrário à proposta já defendida por grande parte dos setores que fazem uso desses recursos e que no momento também têm seu sistema financeiro afetado pela crise hídrica.