O Design Inteligente (DI) é uma teoria para muitos cientistas infundada e que interpreta os dados a partir de uma visão contaminada pela religião. Essa teoria, diferente do Darwinismo que é midiatizado como um fato inquestionável, tem uma enorme dificuldade de ganhar espaço na mídia e no meio acadêmico, pois a grande parcela dos cientistas são declaradamente Darwinistas, e afirma que o DI não se trata de uma teoria científica, mas, na verdade, de pseudociência.
A proposta desta teoria não é nova, foi elaborada na década de 1990 por um conjunto de cientistas com formação em diversas áreas da ciência, e se baseia na idoneidade dos métodos científicos em detectar a assinatura de uma causa inteligente que deu origem ao universo e a vida, através de características que evidenciam traços de projeto nas estruturas biológicas e do cosmo.
Segundo os Inteligentistas (maneira pela qual são chamados os defensores do DI) é inconcebível acreditar na proposta naturalista de que a vida surgiu através de um processo espontâneo, gradual e sucessivo, por meio de "mutações randômicas" que foram selecionadas pela "seleção natural", num período de milhões de anos.
A teoria naturalista Darwinista da origem da vida, defendida em peso pela comunidade científica, é rejeitada pelos proponentes do DI, principalmente, por causa do volume de novos dados que vem sendo publicados em periódicos científicos, artigos em revistas de grande relevância no meio científico como a Nature e Science. Essa mídias se destacam por divulgarem novas descobertas que a ciência vem fazendo.
Mas, não são apenas os novos dados que contribuem para uma inferência de causa intencional. Mesmo ao debruçar sobre dados mais antigos, a fim de fazer uma releitura que permita apontar indícios de projeto, com maior enfoque nas estruturas biológicas, tem sido trabalho para esses cientistas dissidentes do reinado, mais que centenário, do Darwinismo.
Mutações aleatórias, um mecanismo equivocado de aprimoramento do DNA
A evolução, ao longo de mais de 150 anos tem garantido seu lugar ao sol. E muitos cientistas, até os defensores do design, não discordam de certos aspectos da teoria evolucionária. Existe consenso em alguns pontos como, por exemplo, em relação as micro-evoluções e a capacidade de rearranjo benéfico da informação genética para conferir alguma vantagem adaptativa.
Porém, para os Inteligentistas, essa flexibilidade genética tem um certo limite, pois as modificações que ocorrem na sequência informacional do DNA degradam o código, tornando as mutações muita mais desvantajosas do que vantajosas, a longo prazo, uma vez que esse processo danifica o código da vida.
Simpósio na Universidade Mackenzie promove debate sobre o Design
Em 2017, a Universidade Mackenzie, em associação com o Discovery Institute, realizou um encontro onde foram convidados cientistas de peso no meio acadêmico e que estão vinculados ao Discovery Institute por meio do qual promovem o Design e ajudam a esclarecer os mais importante aspectos da teoria, dando cada um a contribuição da sua respectiva área de trabalho.
O encontro dos cientistas, que foi realizado com uma série de palestras para uma plateia que teve oportunidade de fazer perguntas ao final, tratou, dentre outras coisas, sobre o dogmatismo da ciência moderna que se casou com o naturalismo filosófico de forma indivorciável, do desprestígio acadêmico que um cientista enfrenta ao se declarar um Inteligentista e da consciência de que não é momento histórico de tentar reivindicar que o Design adentre as universidades como teoria alternativa ao Darwinismo.
Nem tudo é unanimidade entre os defensores do DI
O elaborador do argumento da Complexidade Irredutível, Michael Behe, esteve no simpósio. Ele, que tem uma posição mais aberta dentro do grupo Inteligentista, entende que a evolução Darwiniana realmente aconteceu, que todos os seres vieram a partir de um ancestral em comum e não tem problema com a árvore da vida de Darwin.
Ele defende, porém, que a evolução não ocorreu de forma espontânea e não guiada, mas que o seu curso foi programado por uma inteligência. Já o químico especializado em espectrometria de massas não concorda com a posição de Behe em relação a um projeto evolucionário.
Isso deixa bem claro que não há unanimidade entre os Inteligentistas em muitos pontos, porém há um consenso entre todos quando se fala em uma causa inteligente como melhor explicação para o universo e vida.
Se o Design ganhará espaço na academia, tal com a evolução de Darwin conquistou a muito tempo atrás, só o tempo dirá!