Uma avaliação de eficiência dos planos de Educação remota de Estados e capitais foi feita pelo Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) juntamente com o Departamento de Ciência Política da USP (Universidade de São Paulo). As informações são da BBC News Brasil.
Na pesquisa foram analisados os meios para realização das aulas, as tecnologias e o alcance e a qualidade presente entre as diversas etapas necessárias ao ensino, bem como os materiais e tecnologias oferecidos durante o percurso aos alunos.
Nota média dos planos educacionais foi abaixo de 3,0 no Brasil
Os resultados foram mensurados entre os meses de março e outubro de 2020, onde foi verificado um cenário bastante negativo. No índice de Educação a Distância, a média das notas nos planos das capitais foi de 1,6 (em uma ecala de 0 a 10), enquanto que nas estaduais foi de 2,38, segundo os pesquisadores Pedro Schmalz, Luiz Cantarelli e Lorena Barberia. Mas o que chamou a atenção dos pesquisadres foi demora para a apresentação do plano depois que houve o fechamento das escolas nas capitais e Estados do Brasil --em média, as capitais levaram 43 dias, e os Estados, 34.
Foi apurado também a falta de supervisão capaz de verificar se os alunos estavam verdadeiramente participando das aulas.
Diante disso, verificou-se que houve pouca oferta de acesso, seja pela falta de aparelhos ou conexão de internet disponíveis aos estudantes.
Pesquisadores sugerem cobrar gestores por mais políticas educacionais
Para Barberia, é preciso cobrar dos gestores políticas educacionais capazes de seguir na mesma velocidade da pandemia.
Para Luiz Cantarelli, o Ministério da Educação falhou na coordenação do ensino nacional além de ter feitos cortes orçamentários substanciais na área que dificultam os investimentos em acesso ao ensino remoto para este ano de 2021.
Cantarelli recordou que o projeto de lei aprovado pelo Congresso que definia investimento para o acesso gratuito à internet aos alunos e professores da rede pública foi vetado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
WhatsApp é a principal ferramenta para educação no Brasil
O Instituto Península realizou uma pesquisa que apontou que 83% dos professores mantêm contato com os alunos por meio do WhatsApp, enquanto apenas 34% o fazem pelas plataformas de aprendizagem.
A pesquisadora de educação no México Inés Dussel disse à BBC News Brasil que o uso do WhatsApp foi uma surpresa, especialmente porque não há outras ferramentas massivas na América Latina. Nesse caso, a maior parte do ensino foi feita via celular que geralmente é compartilhado entre vários membros da família, configurando-se em algo bastante desafiador.
No entanto, é preciso ressaltar que o WhatsApp tem seus limites. Segundo um guia de boas práticas elaborado pela agência britânica Ofsted, os alunos não conseguem passar muito tempo na tela de celulares como conseguem diante de computadores.