Ele já foi cinco vezes campeão da Superliga Masculina de Vôlei, em quatro edições foi considerado o melhor levantador; já participou de Pan-Americanos, Olimpíadas e Campeonatos Mundiais de Vôlei. O currículo invejável é de Bruno Mossa Rezende, atleta do vôlei brasileiro que agora brilha também na Itália e se destaca na equipe do Modena. Mas ele pensa em voltar ao Brasil, " Eu vivo feliz aqui mas, sem dúvida, sinto uma falta muito grande do Brasil". O filho do técnico Bernardinho e da ex-jogadora Vera Mossa respondeu perguntas sobre os planos para o futuro, a carreira e a vontade de voltar ao Brasil.
Cláudia Reinert: Em 2008 eu havia lhe entrevistado, na época você comentou que não tinha planos de jogar no exterior, pois precisava amadurecer e o vôlei nacional lhe proporcionava isso. O que mudou agora?
Bruno Rezende: Mudou que, no ano passado, quando por necessidade (após a saída do patrocinador OGX) eu tive que vir pra Itália, vi que num projeto a curto prazo visando as Olimpíadas seria mais importante para mim jogar no nível daqui, que acredito que, hoje, taticamente falando, é superior à nossa liga no Brasil.
CR: No Brasil você ainda é muito associado ao seu pai. Isso também acontece na Itália ou você percebe uma independência maior quanto ao seu nome?
BR: Aqui muito menos.
Claro que as pessoas sabem quem é meu pai, mas essa associação é muito menor.
CR: Você tem planos de voltar ao Brasil?
BR: Tenho sim. Gostaria de poder voltar após as Olimpíadas e ficar mais uns anos no Brasil. E quem sabe, quando estiver casado e mais velho, faço mais uns anos na Europa antes de me aposentar.
CR: Antes da temporada italiana você já havia jogado no Modena enquanto ainda morava no Brasil.
Você percebe diferença técnica de treinamento entre o vôlei italiano e brasileiro? Jogar na liga italiana é diferente de jogar, por exemplo, uma superliga?
BR: Sim. Aqui [na Itália] a organização do campeonato de clubes, sem dúvida, é muito melhor que no Brasil. Em relação ao nível técnico, acredito que temos uma boa liga no Brasil, mas a diferença se dá em relação à tática, na qual tudo acaba sendo mais estudado e por isso o nível de concentração e necessidade de jogar bem se tornam essenciais.
CR: Como é morar em outro país? Conseguiu se acostumar com facilidade?
BR: Eu vivo feliz aqui mas, sem dúvida, sinto uma falta muito grande do Brasil. Principalmente da família, amigos, namorada e da praia.
CR: Algum plano especial para os próximos anos?
BR: Meu plano é continuar com saúde para poder fazer o que eu amo e após as olimpíadas voltar para o Brasil para ficar mais perto da família e amigos
CR: Como é namorar uma pessoa de outro país? Você acredita que é mais difícil entrar em relacionamentos quando se é atleta e precisa viajar com frequência?
BR: Sem dúvidas, é difícil. A pessoa que está com você tem que entender sua profissão e que muitas vezes você não tem feriado, férias ou coisas do tipo.
CR: Você pretende casar, ter filhos?
BR: Sem dúvida. Sonho construir uma família.
CR: Como é o assédio das fãs italianas?
BR: Acredito que são mais tímidas que as brasileiras (rs).
CR: Você é bem ativo nas redes sociais, já foi alvo de paparazzo ou fofocas sobre a vida pessoal, como acontece com outros atletas?
BR: Sim, já fui alvo e certas coisas me incomodam. Não sou artista, sou um atleta que defendo meu país e não sou acostumado a esse tipo de coisa. Mas vejo que faz parte. O mundo hoje gira em torno desse tipo de notícia.