Filha de italianos, Dina Barile não levou ao pé da letra a máxima: "o céu é o limite!". Aos 60 anos, já esteve em 127 países, fez um voo de gravidade zero e é a primeira mulher brasileira a sair da atmosfera terrestre e conhecer a estratosfera. A viagem, realizada em novembro de 2015, exigiu seis meses de preparação, com direito à muita vitamina, exames e exercícios físicos. "Antes queria ver o planeta Terra redondinho, então pensei em fazer essas excursões para o espaço. Mas, como elas ainda estão longe de acontecerem, decidi ir para a estratosfera, para ver pelo menos a curvatura da terra e o negro do espaço", explica.

E foi parte dessa aventura, narrada e mostrada em um vídeo, que agradou o Comitê Organizador da Rio 2016 e fez de Dina uma das 27 pessoas escolhidas como voluntárias para a importante e honrosa missão de conduzir a tocha olímpica pelo Brasil. Representando o Estado de São Paulo, ela receberá a tocha na capital paulista em 24 de julho e a carregará por aproximadamente 200 metros. A vontade de participar desse momento vem da paixão pelos esportes. Por isso, assim que soube que empresas patrocinadoras escolheriam condutores da tocha, inscreveu-se imediatamente. Foi quando se deparou com o concurso do Comitê Organizador da Rio 2016 e acabou entre as escolhidas. "Para mim, levar a tocha é como participar um pouco das Olimpíadas", revela Dina, que também é formada em Estatística, Ciências Atuariais e hoje trabalha como jornalista, comandando o portal de variedades Spot Life.

O nome de Dina Barile se junta ao time de 12 mil pessoas que conduzirão a tocha olímpica pelo Brasil. A satisfação só não é maior por conta de um detalhe: a aquisição da tocha. "A única tristeza que sinto é que os eleitos das patrocinadoras vão ganhar a tocha olímpica e nós, que fizemos o concurso do Comitê Organizador da Rio 2016, teremos que desembolsar R$ 1985,90 se quisermos adquirir a tocha."

A compra da tocha olímpica que será levada por cada pessoa é opcional.

Bradesco, Nissan e Coca-Cola, patrocinadores oficiais das Olimpíadas, resolveram bancar o custo e dar o artefato de presente aos condutores escolhidos em seus respectivos concursos. O mesmo não ocorreu com os ganhadores do concurso promovido pelo Comitê Organizador da Rio 2016, que comunicou o valor da tocha e deixou a critério dos voluntários adquiri-la ou não.

Indignados, os 27 selecionados criaram uma página no Facebook chamada "Comitê, libera a tocha pros voluntários condutores." "A ideia é pressionar o Comitê para que ele nos repasse a tocha", afirma.

Enquanto aguarda que a campanha surta o efeito desejado, Dina mantém também voluntariamente o trabalho de levar o nome do Brasil para fora, incentivando todos os estrangeiros ao redor do mundo a conhecerem o País. "Considero-me uma embaixadora voluntária. Quero ser um agente transformador para que o País atraia turistas para trocar conhecimento, cultura e informações", idealiza.