O corpo de Dallas McCarver foi encontrado nesta terça-feira (22), em seu apartamento, na Flórida, por sua namorada, Dana Broke, estrela do WWE. As suspeitas apontam infarto agudo do miocárdio, insuficiência respiratória ou, até mesmo, simples engasgo por comida. O laudo ainda não foi revelado.

Dallas, terceiro homem do mundo a conseguir se tornar profissional aos 21 anos, em 2015, havia competido no maior e mais importante campeonato de fisiculturismo do mundo, o Mister Olympia, e era uma grande promessa para este ano, com seus 149 quilos distribuídos em 1,80m de altura.

O fisiculturista já havia apresentado um problema de saúde durante uma competição no Arnold Classic, da Austrália, no início deste ano, tendo desmaiado no palco e sendo carregado para o hospital.

Em busca do corpo perfeito

Está cada vez mais frequente a incidência de notícias relacionadas à morte de jovens com a obsessão de terem o corpo perfeito. Semanas atrás, o mundo inteirou se impressionou com o caso da também fisiculturista Meegan Hefford, de 25 anos, que faleceu após ter exagerado na quantidade de proteínas. Apesar de Meegan comprovadamente ter sido diagnosticada com uma rara doença que dificultava a síntese de proteínas em seu organismo, transformando grande parte do macronutriente em amônia, não o convertendo em ureia e, consequentemente, causando colapsos cerebrais, foi a mesma obsessão em atingir o corpo perfeito que resultou em sua morte.

Em contrapartida à rara situação de Meegan, Dallas não possuía qualquer disfunção conhecida. Embora tenha havido muitas tentativas da imprensa internacional em desvincular a morte de Dallas com o uso de anabolizantes, é evidente que estes tiveram papel essencial para a morte precoce do atleta. O fisiculturista era conhecido no ramo por apresentar ganhos exorbitantes de peso em um curto período de tempo, tenho ganhado 20 quilos de músculos entre 2015 a 2016 e outros 20 quilos de 2016 a 2017, métrica humanamente impossível de ser atingida sem o uso de esteroides anabolizantes e outras drogas sintéticas.

Como já foi bem comentado em outro artigo – “Nós realmente estamos chocados com o novo caso de doping no UFC” –, é ingenuidade imaginar que estes casos serão suficientes para causar algum impacto no mundo do fisiculturismo ou mesmo dos esportes, em geral. No caso do fisiculturismo, muito mudou desde os anos 80, com o consagrado Arnold Schwarzenegger, até os dias atuais, com nomes como o de Phil Health.

Basta verificar a diferença nas estruturas físicas dos atletas para perceber que, o que antes era um show de estética e beleza, tornou-se um verdadeiro show de horrores em que quanto mais freak o atleta fique, mais será ovacionado pelo público. Eventos como o Mister Olympia e o Arnold Classic são verdadeiras oportunidades para apreciação desses físicos, digamos, um tanto quanto peculiares.

Não se trata de dizer que, antigamente, os atletas não faziam o uso de esteroides anabolizantes e outras drogas. O que aconteceu foi um regresso dentro do fisiculturismo, que deixou de cultuar o corpo mais belo e passou o cultuar o corpo mais monstruoso.