Morreu na tarde desta terça-feira (12) o ex-deputado e ex-presidente do Vasco Eurico Miranda. O dirigente havia sido internado em estado grave horas antes no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca. Ele lutava contra um câncer no cérebro e vinha enfrentando problemas de saúde há alguns meses. Ele deixa a esposa, Sílvia Brandão de Oliveira Miranda, quatro filhos e sete netos.

Depois de sofrer com câncer na bexiga e no pulmão, desde 2018 Eurico lidava com um tumor no cérebro, tratamento que lhe causou um derrame. Por conta do agravamento de seu estado de saúde, suas aparições públicas diminuíram, mas ele continuava indo aos jogos do Vasco.

Com a saúde fragilizada, Eurico usava cadeira de rodas e tinha dificuldades para falar.

Nos últimos dias, o ex-deputado estava com dificuldades para se alimentar. Uma UTI chegou a ser montada em sua casa, com enfermeiros se revezando e as visitas sendo controladas. Nesta manhã seu estado piorou e ele foi levado de ambulância para o hospital, onde acabou falecendo.

Dirigente polêmico

Eurico Miranda foi em duas oportunidades presidente do Vasco da Gama em gestões que geraram amor e ódio. A primeira delas entre 2003 e 2008 e a segunda de 2015 a 2017. No entanto, já como vice-presidente, função que exerceu entre 1986 e 2002, se tornou a principal figura do clube, gozando maior poder político que o então presidente, Antônio Soares Calçada.

Nesse período o Vasco conquistou os títulos do Campeonato Brasileiro de 1989 e 1997, da Copa Libertadores da América de 1998, além da João Havelange e Copa Mercosul em 2000, totalizando ao todo 37 taças, incluindo os turnos do Campeonato Carioca. Também foi sob sua gestão que o clube sofreu mais um rebaixamento no Campeonato Brasileiro, em 2015.

Também em 2000, durante o episódio da queda do alambrado de São Januário, na final da Copa João Havelange contra o São Caetano, acusou a Rede Globo de ter pressionado para que a partida fosse suspensa. O jogo foi remarcado para janeiro do ano seguinte e em represália à emissora carioca, que detinha os direitos de televisão exclusivo do torneio, estampou o logo do SBT nas camisas do clube.

Na política se elegeu deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro nas eleições de 1994 e 1998. Durante a época que esteve na Câmara dos Deputados teve que enfrentar a CPI do Futebol. Apesar das investigações comprovarem que ele desviava recursos do clube, conseguiu escapar do processo de cassação. Em 2006 tentou se reeleger, sem sucesso, para um terceiro mandato.