O acidente aéreo que fatalizou grande parte do clube da Chapecoense, ao todo 71 pessoas, completou três anos no mês de novembro desse ano. O Senado Federal decidiu então instalar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a situação das famílias das vítimas do acidente.
A CPIChape, como foi batizada, está sendo instaurada para buscar uma reparação financeira justa para as famílias das vítimas do acidente. Ela será composta por 11 membros titulares e 7 suplentes.
Jorginho Mello, senador do (PL-SC), será o presidente da comissão, enquanto o relator será Izalci Lucas, senador do (PSDB-DF).
Na próxima semana será feita a reunião que vai aprovar o plano de trabalho da CPI, as atividades em si, vão ter início apenas em fevereiro de 2020, após o recesso de fim de ano. Eles terão o prazo de 180 dias para investigar.
Audiências públicas da CPIChape
A relação dos familiares das vítimas da tragédia com o congresso teve início em junho, quando aconteceu a primeira audiência pública que debateu a situação na Comissão de Relações Exteriores.
Depois disso, mais três audiências foram feitas para debater o assunto. Também aconteceu uma reunião com Sergio Moro, que encaminhou o caso ao Ministério das Relações Exteriores.
Foram apresentados ao congresso muitas provas, todas coletadas ao longo de dois anos depois do acidente.
Os documentos foram cedidos pelos órgãos estatais do Brasil, Colômbia e Bolívia.
Quem também colaborou com a Justiça foi Ricardo Albacete, sócio-proprietário e fundador da companhia aérea LaMia, que transportou os jogadores da Chapecoence.
Entre os documentos cedidos por Albacete, estão contratos de seguro da companhia aérea dos anos de 2014, 2015 e 2016, emails que foram trocados com a Loredana Albacete, que representa a companhia aérea e funcionários da Aon.
Os documentos provam que a LaMia já voou antes com pouco combustível, e também foram apresentadas à Justiça mensagens com a reação da seguradora após a tragédia com o time da Chapecoence.
A ideia da CPI é de obrigar que as partes envolvidas prestem esclarecimentos sobre o acidente e que o poder de barganha aumente com as seguradoras internacionais.
O senador responsável pela realização da CPI, disse que as seguradoras internacionais querem fazer negócios no Brasil, então eles podem restringir a participação de certas operadoras de seguro no país se não cumprirem as exigências impostas.
Ele ainda disse que com a CPIChape, eles irão descobrir até onde o governo deixou que isso acontecesse, e assim vão aperfeiçoar a legislação, para que as outras seguradoras internacionais cumpram com a obrigação quando atuarem em solo brasileiro.