Dener Augusto de Sousa, uma das maiores revelações do futebol brasileiro nas últimas três décadas, completaria 49 anos no dia 2 de abril de 2020. O craque, criado nas categorias de base da Portuguesa, faleceu de forma trágica aos 23 anos em acidente automobilístico na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, em 18 de abril de 1994.
Dener: Portuguesa, Grêmio, Vasco e seleção
Rápido, talentoso e autor de bonitos gols, o ex-jogador iniciou a carreira na Portuguesa de Desportos e depois se projetou nacionalmente ao defender as cores de Grêmio e Vasco, conquistando troféus pelas três agremiações: campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior pela Portuguesa em 1991, campeão gaúcho com o Grêmio em 1993 e da Taça Guanabara, que equivale ao primeiro turno do Campeonato Carioca, atuando pelo Vasco, seu último clube, no ano de 1994.
Na adolescência, Dener chegou a treinar durante uma semana no São Paulo, seu time do coração, porém não se adaptou e seguiu então para o Canindé, onde rapidamente subiu para o elenco profissional. Pepe, ídolo e ex-jogador do Santos e da seleção brasileira, foi seu técnico na Lusa e certa vez declarou que "ele (Dener) foi melhor que Robinho e ocuparia o mesmo nível de Neymar".
Emprestado ao Grêmio em 1993, Dener ainda retornou a São Paulo e terminou a temporada na Portuguesa, para no ano seguinte se transferir também por empréstimo ao Vasco. Em São Januário, disputou 17 partidas e assinalou cinco gols, até sofrer o acidente pelo qual se tornou vítima fatal.
Seu nome era bastante cotado para integrar o elenco da seleção brasileira que disputaria e venceria a Copa do Mundo dos Estados Unidos, realizada no mesmo ano em que tragicamente perdeu a vida.
Vestindo a camisa amarela, Dener entrou em campo em 11 oportunidades, sendo duas pela equipe principal e nove vezes pela categoria olímpica Sub-23, anotando um gol.
A biografia de Dener, o "Deus do Drible"
O ex-jogador Paulo Roberto Falcão convocou Dener para a seleção brasileira num momento de renovação após a eliminação precoce na Copa do Mundo da Itália em 1990.
Nomes como Mauro Silva, Márcio Santos e Cafu apareceram na lista de Falcão, além é claro, da revelação promissora da Portuguesa que, segundo o treinador, "tinha a mesma velocidade para conduzir a bola com a qual observava tudo o que se passava em campo".
O filósofo, geógrafo e historiador Luciano Ubirajara Nassar escreveu o livro “Dener – O Deus do Drible”, lançado em 2016 pela editora Pontes, e relata que o craque foi “o maior jogador do mundo de 1990 para cá”, acima de Zinedine Zidane, Romário, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno, Neymar e Messi. O autor conheceu Dener pessoalmente e também foi jogador de futebol na década de 80, passando por clubes como Linense, Independente de Limeira, Campinense e Andene, da Bélgica.