O mundo da Fórmula 1 está de luto neste domingo (12) de Páscoa. Morreu em Londres (ING) aos 90 anos de idade Stirling Moss, um dos maiores pilotos da história do automobilismo nas décadas de 50 e 60. A informação é do Autosport e do Estado de São Paulo

Susie Moss, esposa do ex-piloto, comunicou à imprensa sobre a morte de seu marido. As causas da morte de Stirling não foram informadas, mas Susie disse que ele 'morreu em paz'.

Lenda da Fórmula 1

Durante sua carreira, nos primeiros anos de história da categoria, Moss se tornou um dos grandes pilotos do automobilismo britânico.

Foi o primeiro grande ídolo inglês numa categoria que, em seus primeiros anos, fora dominada por italianos e pelo argentino Juan Manuel Fangio.

Segundo o site StatsF1, que cobre estatísticas do esporte, Moss correu em 66 corridas entre os anos de 1951 e 1961, com 16 vitórias, 16 pole positions e 24 pódios.

Moss começou sua carreira nas corridas no final dos anos 40, dirigindo em carros com motor de 500cc, para depois ir para os carros esporte. Primeiro pela Jaguar e, depois, por Mercedes e Aston Martin, foi campeão de diversas corridas da categoria na década de 50, como a Mille Miglia e os 1000km de Nurburgring.

Mas foi na Fórmula 1 em que o inglês encontrou seus maiores sucessos. Sua estreia na categoria aconteceu no GP da Suíça de 1951, com um HWM-Alta, terminando a corrida na oitava posição.

Na temporada seguinte, usando carros da HWM, ERA e Connaught, teve sua temporada atrapalhada por uma série de abandonos.

Sua carreira começou a se estabilizar por volta de 1953, quando correu pela Cooper, mas apenas em 1954 saboreou os primeiros frutos do sucesso, ao terminar na terceira posição do GP da Bélgica com uma Maserati privada.

Naquele ano, por várias vezes, Stirling Moss largou bem nas corridas, mas teve que abandoná-las.

Colega de Fangio

Em 1955, muito por causa dos sucessos com a marca nos carros esporte, foi escalado para ser colega de Juan Manuel Fangio na Mercedes, em sua primeira passagem na Fórmula 1. Enquanto o argentino conquistava seu terceiro título mundial, o inglês conquistou o primeiro de quatro vice-campeonatos consecutivos da F1, com sua primeira vitória conquistada em casa, no GP da Inglaterra.

No ano seguinte, trocou a Mercedes pela Maserati e novamente foi vice, tendo vencido os GPs de Monaco e da Itália. O terceiro vice viria em 1957, já defendendo uma marca britânica, a Vanwall. Pelo time de Tony Vandervell venceu três GPs, os da Inglaterra, Pescara e Itália. Ainda pela equipe inglesa, Moss fez seu quarto vice final em 1958, tendo vencido quatro GPs. Um deles pela Cooper de Rob Walker (no GP da Argentina, a primeira de um Fórmula 1 de motor traseiro) e outros três por seu time oficial (Holanda, Marrocos e Portugal).

Em todos estes anos, mostrou-se um dos pilotos mais competitivos e ofensivos da categoria, sempre mostrando grandes performances nas pistas.

Últimos anos na Fórmula 1

A perda do quarto título da categoria para seu compatriota Mike Hawthorn, que dirigia a Ferrari, o fez repensar a carreira e abandonar de vez a luta por troféus de campeão e se concentrar em vencer corridas e se divertir nas pistas. Em 1959, dirigiu a Cooper de Rob Walker e a BRM da British Racing Partnership, vencendo pela primeira as corridas da Itália e de Portugal.

Foi terceiro na classificação do mundial de pilotos.

Moss seria terceiro da F1 nas temporadas de 1960 (venceu os GPs de Monaco e dos EUA) e em 1961 (vitórias em Monaco e nos EUA). Sempre defendendo a equipe de Rob Walker, com seus Coopers e, depois, Lotus. A primeira vitória dos carros de Colin Chapman foi de Moss com o time de Walker.

Acidente encerra a sua carreira

A carreira de Moss na Fórmula 1 e no automobilismo em geral se encerrou em 1962. num grave acidente numa corrida em Goodwood no qual chegou a ficar um mês em coma. Depois do final de sua carreira, passou a se dedicar ao trabalho de empresário e de consultor.

De vida bastante reservada, Stirling Moss fez sua última aparição em 2016, em Goodwood.

Neste mesmo ano, sofreu com uma infecção em Singapura e passou os últimos anos de sua vida batalhando por sua saúde, até sua morte.

Na Fórmula 1, Moss se tornou para muitos o maior piloto a jamais ter vencido o Mundial de Pilotos, chegando perto por quatro vezes. Mas, mesmo assim, colocando seu nome na história da categoria