O jogador Robinho, de 37 anos, atualmente sem clube, foi condenado nesta quarta-feira (19) pela Corte de Cassação de Roma, na Itália, a cumprir pena de 9 anos de prisão e a pagar indenização no valor de 60 mil euros (R$ 273 mil) por violência sexual. O caso aconteceu na madrugada do dia 23 de janeiro de 2013, na boate Sio Café, em Milão, envolvendo uma moça albanesa. Também foram condenados outros quatro brasileiros que estavam com Robinho naquela noite. Após a decisão em última instância, não há mais possibilidade de recurso.

Audiência durou 30 minutos

A audiência que confirmou a condenação durou apenas 30 minutos, com o veredito dos 5 juízes –quatro homens e uma mulher. Durante a apelação, o advogado do atleta, Franco Moretti, afirmou que a relação com a vítima foi consensual e tentou desqualificar a moça apresentando um dossiê da vida privada dela, o que foi rechaçado pelos juízes. A vítima, que completa 32 anos na próxima sexta-feira (21), acompanhou a audiência. A condenação se baseou no artigo 609 do Código Penal italiano, que trata da participação de duas ou mais pessoas reunidas para o ato sexual forçado com alguém em inferioridade física ou psíquica.

Polícia grampeou carro de Robinho em busca e provas

Em entrevista à CNN, o professor e jurista Walter Maierovich afirmou que todos os magistrados condenaram Robinho, analisando profundamente as provas.

Após o crime, a Polícia italiana colocou uma escuta no carro do jogador e gravou uma conversa com outra pessoa, onde Robinho confessa que teve relação íntima com uma moça totalmente embriagada. Nessa gravação o jogador admite que fez sexo oral e consensual com a vítima, sem citar os outros envolvidos.

Mesmo condenado, o jogador, que está atualmente no Brasil, não poderá ser extraditado, pois a Constituição Brasileira não permite a extradição de brasileiros natos.

Entretanto, a Justiça italiana pode recorrer à Polícia Internacional (Interpol) para prendê-lo caso viaje ao exterior.

Robinho já havia sido condenado em segunda instância no dia 10 de dezembro de 2020. Na época, o jogador se defendeu dizendo que nesse tipo de processo não se pode confundir direito com moral e confirmou sua versão que a relação com a vítima foi consensual.

Santos desistiu de contratar o jogador em 2020

O jogador foi revelado pelo Santos no começo dos anos 2000 e defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo de 2006. No exterior, também atuou no Real Madrid, Manchester City e no Milan, além de uma rápida temporada na Turquia.

Robinho está sem clube desde 2020, quando chegou a assinar um contrato com o Santos, mas o clube acabou rompendo o acordo. Segundo a CNN Brasil, a decisão ocorreu após pressão dos patrocinadores. O presidente do Santos, Orlando Rolo, no entanto, disse na época que o rompimento foi porque o time percebeu que não tinha como pagar o salário do atleta.