A poucas semanas de se completar um ano da morte de Pelé, o Santos escreveu nesta quarta-feira (6) um dos capítulos mais sombrios de sua história. A lendária equipe três vezes campeã da Copa Libertadores da América foi rebaixada para a Série B do Campeonato Brasileiro.

A queda para a segunda divisão veio com uma derrota, na Vila Belmiro, para o Fortaleza, por 2 a 1. Esse resultado, combinado com as vitórias do Bahia por 4 a 1 diante do Atlético Mineiro e do Vasco por 2 a 1 sobre o Red Bull Bragantino, selou a queda do Peixe.

Ele se junta a América Mineiro, Coritiba e Goiás, que também não conseguiram se manter na elite nacional.

Lei do ex e gol do meio de campo

Dos três times que ainda lutavam contra o rebaixamento, o Santos era o que estava em situação mais favorável. O time era o 15ª, com 43 pontos, e dependia apenas de uma vitória contra um adversário que já não tinha mais nada para fazer no campeonato para se livrar.

Mas deu tudo errado e os placares parciais após alguns minutos já davam mostras que o Peixe não poderia ficar na dependência de tropeços de seus concorrentes.

Para deixar a noite com mais requintes de crueldade, o gol que iniciou o pesadelo foi marcado por Marinho. Aos 38 minutos, em contra-ataque, o ex-jogador do Peixe disparou em velocidade e tocou na saída do goleiro. Para se ter uma noção do desespero santista, todos os dez jogadores de linha estavam no campo de ataque.

O torcedor começou a ficar mais esperançoso aos 12 minutos do segundo tempo, com Messias empatando. Lucas Lima jogou a bola no alto e o defensor subiu para cabecear com força, ver a bola bater no travessão e entrar.

Esse resultado de momento, aliado ao empate do Bragantino contra o Vasco, já salvava a equipe. Porém, logo depois saiu o segundo gol vascaíno e a tensão aumentou ainda mais na Vila Belmiro.

Nos acréscimos, na base do desespero, o time se lançou todo ao ataque e sofreu o segundo gol. Lucero percebeu João Paulo fora da área e mandou um chute do meio de campo, por cobertura. O Santos foi rebaixado com o famoso gol “que Pelé não fez”.

Violência e vandalismo

Após o segundo gol do Fortaleza, houve invasão de campo e cadeiras foram arremessadas no gramado, o que fez o árbitro encerrar o jogo antes de se completar os sete minutos de acréscimos.

A equipe de arbitragem e os jogadores do time cearense tiveram que deixar o gramado às pressas.

No entorno da Vila foram registrados incidentes, com um ônibus e o carro do atacante Mendonza sendo incendiados.