Nessa terça-feira (6), segundo dia do julgamento de Daniel Alves, funcionários da boate onde o crime de abuso teria acontecido deram seu depoimento. Um dos sócios do local, Robert Massanet disse que o jogador era um cliente habitual e que o havia visto algumas vezes naquela noite de 30 de dezembro de 2022, até se deparar com uma garota chorando.
O sócio da boate contou que para a jovem foi muito difícil explicar o que havia acontecido. Massanet disse que tentou acalmá-la e que a levou para um lugar mais tranquilo. "Ela disse que ninguém acreditaria nela.
Falou que entrou no banheiro de forma voluntária, mas que depois quis sair e não conseguiu. Perguntei se havia acontecido algo mais grave, e ela disse que sim", afirmou.
Ainda em seu depoimento, ele disse que perguntou à jovem se houve penetração, e que ela teria dito que sim. O sócio da boate revelou que a mulher queria ir embora, mas que ele insistiu que ela ficasse para que o protocolo para casos como aquele fosse ativado. Massanet também disse que a vítima só repetia que ninguém acreditaria nela.
Quem também depôs nesta terça foi o gerente do local, que afirmou que Daniel Alves não apresentava naquela noite sinais de que estava sóbrio: "Não estava como sempre: havia bebido ou fumado algo".
Advogada da vítima quer pena máxima
Após o primeiro dia do julgamento, Esther García, advogada da suposta vítima, falou com a imprensa presente no Tribunal de Barcelona. A representante da jovem disse que sua cliente foi corajosa por ter chegado até ali com o processo e ainda revelou que um acordo com Daniel Alves não foi concretizado por conta de divergências sobre a pena proposta.
De acordo com a imprensa da Espanha, a defesa do jogador pedia quatro anos de prisão, sendo um já comprido por ele, e uma indenização de alto valor. Além das condições anteriores, Daniel Alves teria de assumir que cometeu o crime.
Em novembro de 2023, Esther García recusou uma indenização, afirmando que "qualquer delito contra a liberdade sexual torna os danos morais e as sequelas irreparáveis". A advogada não só não aceitou negociar, como enviou à Justiça da Espanha um pedido de 12 anos de prisão contra Daniel Alves, pena máxima para o crime, caso ele seja condenado.