Responda rápido: qual a sua opinião quando são trazidos à mesa assuntos como aborto, divórcio, relacionamentos extraconjugais, jogos de azar, uso de álcool, sexo antes do casamento e uso de métodos contraceptivos? Foi o que o Pew Research Center perguntou a cerca de mil pessoas em cada um dos 40 países que participaram do estudo 'Global Views on Morality' (Visões Globais da Moralidade, em adaptaçãolivre).

Os pesquisadores fizeram a seguinte pergunta: “Você acredita que [o assunto] é moralmente aceitável, moralmente inaceitável, ou não é uma questão moral?”.

Os resultados mostraram que os brasileiros são mais conservadores do que os argentinos:

Homossexualidade

No comparativo, 49% dos argentinos disseram que a homossexualidade é moralmente aceitável, contra 44% dos brasileiros. Respondendo a esta mesma pergunta, um empate: tanto na Argentina quanto no Brasil, 20% dos respondentes disseram que a homossexualidade não é um problema moral.

Os que disseram que trata-se de um assunto moralmente inaceitável representam 39% no Brasil e 27% na Argentina.

Relacionamentos extraconjugais

Já quando perguntados sobre o que achavam dos casos extraconjugais, 84% dos brasileiros disseram se tratar de uma prática moralmente inaceitável, ficando 12 pontos percentuais acima do país vizinho (72%).

Aborto

Uma das maiores disparidades de opinião entre os dois países aparece quando o assunto é ‘aborto’. Para 79% dos brasileiros, o aborto é moralmente inaceitável. Na argentina, o percentual cai para 56%. No país vizinho, 11% da população acredita que este assunto não deve ser discutido pelo viés moral, contra apenas 9% no Brasil.

Jogos de azar

Desde 1946, os jogos de azar são proibidos no Brasil (decreto-lei 9 215). Ao que parece, a legislação está alinhada com o pensamento da população: 64% dos brasileiros acreditam se tratar de uma prática inaceitável. Na Argentina, apenas 49% das pessoas condenam a prática.

Divórcio

Ao responderem se acham que o divórcio é moralmente aceitável, 62% dos brasileiros disseram que sim, contra 60% dos argentinos.

Isso não significa que o Brasil teve uma “vitória” no confronto de opiniões com o país vizinho. Aqui, 24% dos respondentes disseram se tratar de um assunto moralmente inaceitável e lá apenas 17% tiveram esta opinião.

Para 10% dos brasileiros, não se trata de uma questão moral, enquanto esta conclusão é tomada por 20% dos argentinos.

Relações sexuais antes do casamento

Até mesmo no quesito ‘sexo antes do casamento’ o Brasil se mostra mais conservador. Para 35% dos brasileiros, ter relações sexuais antes de se casar é inaceitável, contra 22% dos argentinos que partilham da mesma opinião.

Para 27% das pessoas do país vizinho, não se trata de um assunto que deva ser tratado no âmbito da moral, contra apenas 14% no Brasil.

A diferença entre os dois países quando se olha para o percentual de pessoas que aceitam o sexo antes do casamento como sendo moralmente aceitável é de apenas 2 pontos percentuais (47% no Brasil e 45% na Argentina).

Utilização de métodos contraceptivos

Os brasileiros se mostram mais liberais, no entanto, quanto à utilização de métodos contraceptivos. No país, 79% das pessoas disseram se tratar de um tema moralmente aceitável e na Argentina o percentual é de 69%. Os que responderam que o assunto é inaceitável no Brasil representam 8% e no país vizinho é de 6%.

A maior diferença de opiniões está no percentual de pessoas que acreditam que o tema não deve ser tratado como questão moral (21% na Argentina e 11% no Brasil).

Uso de álcool

47% dos brasileiros disseram que usar bebidas alcoólicas é um hábito moralmente inaceitável, contra 42% dos argentinos.

No país vizinho está o maior número de pessoas que acreditam se tratar de um hábito moralmente aceitável (26%) e também o número dos que acreditam que não é possível avaliar pelo viés moral (20%). No Brasil, são 29% e 20%, respectivamente.

*Para acessar a pesquisa completa, clique aqui.

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