Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano e oito meses, faleceu na madrugada desta segunda-feira, 14, no hospital Jackson Memorial, em Miami, Estados Unidos. A criança, que estava internada desde julho, recebeu vários órgãos de um bebê americano e não resistiu a infecção pulmonar contraída após o procedimento cirúrgico.
A menina, que morava na cidade de Votorantim, interior de São Paulo, emocionou os brasileiros nas redes sociais ao ter o seu problema de saúde - a síndrome de Berdon - divulgado pela mãe, Patricia de Lacerda, por meio da página "Ajude a Sofia".
O médico que esteve à frente do caso nos Estados Unidos, o brasileiro Rodrigo Vianna, se pronunciou nas redes sociais sobre o falecimento do bebê: "Triste dia. A Sofia foi a primeira criança a morrer aqui em 2015. Nós estávamos do lado dela e de seus pais na hora da morte. Como médico, meio titio e pai de três filhos, a nossa profissão tem momentos lindos de cura, mas também momentos de extrema dor (...) Ela tinha uma alegria incrível e deixará saudades. Mas a vida é assim, cheia de mistérios, obstáculos. A perda de um filho talvez seja o maior deles todos (...) Descanse em paz bonequinha. Tenho certeza que irás arrancar um largo sorriso de Deus com a tua alegria e sorriso contagiante".
Assim que a informação do óbitoda menina foi postada na página "Ajude a Sofia",milhares de internautas comovidos enviarammensagens de apoio aos pais.O advogado da Família disse que ainda não existe uma definição se o corpo será velado no Brasil.
De acordo comMiguel Navarro, a liberação do cadáversó deve ocorrer em até cinco dias, caso seja trazido para o território nacional.
Entenda o caso
Devido a complexidade dasíndrome de Berdon, uma doença rara, que pode surgir logo após o nascimento e que envolve uma série de malformações do trato digestivo e urinário, os médicos estimaram que Sofia nãochegaria a umano de idade.
Contudo, a menina completou seu primeiro aniversário em dezembro de 2014.
A mãe iniciouentão uma campanha na rede chamada "Ajude a Sofia", visandoarrecar fundos elevar o bebê aos EUA para tratar a enfermidade por meio de um transplante multivisceral. Ao todo, a família angariou R$ 1,8 milhão. Mas os pais também acionaram aJustiça para que o governo brasileiro pagasse o valor da cirurgia.
Depois de uma batalha judicial, a família conseguiu que o governo brasileiro arcasse com os custos da viagem e o tratamento, totalizando um montante de U$ 1,2 milhões - 2,4 milhões de reais na cotação da época.