“Wellcome to paradise!” - refrão de uma música famosa, deve ter sido escrito depois do autor ter passado por esse pequeno país na Oceania. Um destino certo para quem busca paz e sossego. Por incrível que pareça, a maioria das pessoas que eu conheço, procura justamente o contrário durante as férias, ou seja, não vá para terra do Kiwi. Lá o que o viajante encontra é uma porção de atividades no meio da NATUREZA, com letras maiúsculas, porque tudo lá é no máximo.
O vento é gelado, o sol parece um laser, a chuva chega forte e a neve pode ser vista durante todo o ano. As manifestações da terra podem aparecer a qualquer momento: tsunami, terremoto, avalanche e ventos de todos os tamanhos. Então, emoção é que não falta nesse lugar maravilhoso.
A tentativa de fazer uma Viagem perfeita é que deixa a maioria dos turistas agoniados. Buscas desesperadas por guias “on line”, “blogs”, amigos de amigos e esse mar de informações que temos hoje. Mas o que deixa diferente essa viagem para a Nova Zelândia é justamente não haver essa necessidade de roteiros definidos, tudo é fantástico.
Uma simples ida até algum “look out” nas estradas ativa a visão além do alcance, como diria a vovó: - um colírio para às vistas. Se você é daqueles que registra o momento, vai se cansar de fotografar, faça um reforço muscular no dedo indicador e quando olhar o resultado vai se achar um verdadeiro Sebastião Salgado, no início da carreira, claro.
A vida mais agitada do país está na ilha norte, onde estão as lindas cidades de Auckland e Wellington. E na chegada, a primeira frase da cabeça é: “- Nossa, quero morar aqui”. E quando você começa a perambular pela cidade, conhecendo um pouco as pessoas, aí sim, a admiração pela simplicidade e cidadania é imediata. Entrei na padaria e o atendente me perguntou: - Como vai você hoje?
Como foi o seu dia? Situações que no início até pensei que tinha uma câmera escondida, mas é o simples jeito de ser das pessoas de lá. E o impossível de imaginar é quando você cruza da ilha Sul para a ilha Norte; essa frase muda: - “Nossa, quero viver aqui”. Acho que o sentimento é meio Jacques Cousteau, é como descobridor do novo mundo. A descida pela ilha norte provoca um agitamento de neurônios tão grande que, não se assuste em ficar horas olhando para um lago de azul infinito, vulcões ativos, geleiras, florestas, céu e mar. Só tenha cuidado com a saliva que pode escorrer do canto da boca.
Essa desconexão proposital incomoda o pensamento a cada metro. Lá o que você precisa para ser feliz é um “hiking” no fim do dia e meia dúzia de amigos.
E de repente, você está numa montanha se perguntando: - por que eu preciso do carro de um carro novo? De um iphone 6? De ter 10.000 seguidores? De passar anos sentado com a “boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar”? Por isso fique atento, quando você passar por lá e te perguntarem: - como foi o seu dia? E você naturalmente responder: - Muito bem e o seu? Você já pode ter sido contaminado pela simplicidade, ela chega e toma conta de seu Comportamento. E não se espante, com passar dos dias, você pode estar se perguntando se é no fim do mundo, Nova Zelândia, que o jeito simples de viver pode ser um início.