As autoridades policiais brasileiras divulgaram nesta terça (20), novos trechos de diálogos mantidos entre o acusado de matar e esquartejar uma família na Espanha e seu amigo.

As falas entre Marvin Henriques Correia, apontado como autor da chacina, e François Patrick Gouveia, residente no Brasil, chocam profundamente pela frieza com que o assunto é tratado, inclusive com riqueza de detalhes.

Toda a conversa se desenvolveu via WhatsApp, enquanto o suposto assassino ainda estava na Espanha. Os textos revelam sinais de psicopatia. O acusado inclusive admite precisar de psicóloga e imagina como seria contar para a profissional que matou uma família inteira.

Pelo bate-papo, Patrick destaca para Marvin a dificuldade de se abrir uma pessoa ao meio, por causa da coluna vertebral. Relata que matou a mãe na frente das duas crianças de um e três anos de idade e que é ‘massa’ ver como as crianças ficam ‘travadas’ e ‘nem correm’.

Disse que elas gritaram muito ao verem a mãe sendo morta com uma facada na garganta. As crianças foram assassinadas depois da mãe, Janaína Gouveia. Patrick retirou os órgãos dos três e vedou tudo em sacos com fita isolante. Depois, limpou a casa e esperou o proprietário, Marcos Campos Nogueira, chegar para também matá-lo com uma faca.

Ele confessou ser o autor da chacina à polícia espanhola.

Os diálogos se desenrolam entre as 15h55 de 17 de agosto até as 6h57 do dia seguinte.

Nos dois processos judiciais (no Brasil e na Espanha), o amigo Marvin figura como partícipe do crime, mesmo estando do outro lado do oceano, em João Pessoa, Paraíba.

Ele inclusive aconselha Patrick a como dispensar os cadáveres e a como agir após os assassinatos. Sugeriu que o colega saísse da casa pela manhã, como se fosse dar uma caminhada, para não levantar suspeitas.

E considerou que as mortes demorariam muito para serem descobertas.

Marvin ainda alertou Patrick a usar as luvas direito e se certificar minunciosamente de que não deixou nenhum rastro na cena do crime que posteriormente pudesse lhe incriminar.

Em outra parte da conversa, Patrick relatou que achou que fosse vomitar na hora de cortar os corpos e ensacar, mas depois se surpreendeu que não sentiu asco e até chegou a dar risada.