Um chefe do crime japonês aposentado foi preso na Tailândia, após mais de 14 anos foragido da justiça, depois que as fotos de suas tatuagens da Yakuza e a falta de um dedo se tornaram virais na rede mundial de computadores.

Shigeharu Shirai, de 72 anos, foi preso enquanto fazia compras na quarta-feira (10 de janeiro) na cidade central de Lopburi.

As autoridades japonesas decretaram sua prisão por uma suposta participação no tiroteio em 2003 em que culminou na morte de um rival, após o fato ele fugiu para a Tailândia, casou-se com uma mulher local e permaneceu em uma aposentadoria aparentemente pacífica.

Shigeharu permaneceu assim por muitos anos, até que um residente tailandês publicou fotos em que aparecia jogando damas em uma praça próxima a sua residência. As imagens chamaram muita atenção por suas intrigantes tatuagens de gangues e a falta do dedo mindinho que foi amputado, os membros do yakuza muitas vezes cortam a ponta do dedo para punir uma ofensa às leis da máfia.

As imagens de Shirai foram compartilhadas mais de dez mil vezes nas redes sociais e chamaram a atenção da polícia japonesa, que alertou imediatamente as autoridades tailandesas, solicitando sua captura.

"O suspeito admitiu que ele era o líder da sub-gang Kodokai de yakuza", disse um porta-voz da polícia tailandesa, Gen Wirachai Songmetta, referindo-se a uma afiliada da maior gang da Yakuza do Japão, Yamaguchi-gumi.

A máfia yakuza surgiu no caos do Japão pós-guerra, transformando-se em organizações criminosas de vários bilhões de dólares envolvidas em jogos de azar, drogas, prostituição, empréstimos por meio de agiotagem, mensalidades para proteção e crime de colarinho branco.

Eles sempre foram tolerados como um mal necessário para manter a ordem nas ruas, por mais duvidosos que sejam os meios.

Ao contrário da máfia italiana ou das tríades chinesas, os Yakuza não são ilegais e cada grupo tem sede própria, às vezes em plena visão da polícia.

Shirai é acusado de matar o chefe de uma facção rival, pelo qual sete membros de sua gangue foram presos com penas entre doze e dezessete anos de cárcere privado.

"O suspeito não confessou assassinato, mas admitiu que a vítima o intimidava", disse o porta-voz da polícia tailandesa.

O chefe da máfia mais conhecida e temida do mundo manteve um perfil baixo durante toda sua permanência na Tailândia, segundo a polícia, recebendo dinheiro duas ou três vezes por ano de um japonês visitante.

Sem passaporte ou visto, ele foi preso por entrar ilegalmente na Tailândia e será extraditado para enfrentar as acusações em seu país de origem, o Japão.