Uma pesquisa feita pela Universidade de Warwick, na Inglaterra, e publicada nesta última segunda-feira (25) no periódico Sleep, apontou que os pais dormem mal por um período de até seis anos após terem filhos. Segundo o estudo, durante os três primeiros meses de vida do bebê o sono é interrompido com mais frequência, e essa é considerada a fase mais aguda. Embora tanto o homem quanto a mulher sejam atingidos por esse problema, geralmente são as mulheres que sofrem mais.
Os pesquisadores acompanharam a rotina de 2.118 homens e 2.541 mulheres da Alemanha que estavam prestes a ter seu primeiro, segundo ou então o terceiro bebê.
Entre os anos de 2008 e 2015, os voluntários receberam questionamentos de forma anual e eles deveriam dar uma nota 0 a 10 em relação à qualidade do sono.
O resultado do questionamento apontou que as mulheres dormiam em média 40 minutos a menos a cada noite de descanso durante os primeiros 12 meses de vida do bebê. Sendo as mães as mais afetadas pelo nascimento da criança. O tempo de sono perdido é ainda maior quando se avalia os três primeiros meses: chegando a 1 hora a menos a cada noite.
Quando o estudo leva em consideração as mamães de primeira viagem, a nota atribuída à qualidade foi 1,7 menor que as outras que já tinham experiência. Ao avaliar a qualidade de sono dos homens, a pesquisa chegou à conclusão de que eles são os menos prejudicados e, em média, perderam 13 minutos a cada noite.
Esse dado vale também para o primeiro trimestre de vida do bebê.
Divisão de responsabilidades
O co-autor da pesquisa, Sakari Lemola, afirma que ele e sua equipe não esperavam chegar a esse resultado, tendo em vista as grandes mudanças em relação à responsabilidade dos pais que tem ocorrido no país. Sakari explicou que o normal é que as crianças, quando estão envelhecendo, diminuam o choro no período da noite, porém, pode acontecer delas despertarem durante a madrugada por conta de doenças ou por causa de pesadelos.
Sono infantil tem relação com a conexão entre pais e filhos
A consultora de sono infantil Monaliza Erlacher concordou com Sakari que a qualidade do descanso da criança está relacionada com a conexão que ela tem com os pais. Quando falta conexão entre pais e filhos durante o dia, ela pode ser exigida de madrugada, que é o horário que os pais poderão ficar disponíveis para dar atenção ao bebê. Monaliza ainda afirma que para um bebê ter uma boa noite de sono é fundamental que o mesmo se sinta completamente seguro e acolhido por seus pais.