Nesta terça-feira (19), muitos moradores da Nova Zelândia deram uma lição de cidadania e consciência social acerca da questão do desarmamento ao entregarem suas armas de fogo voluntariamente à Polícia.
Dois fatores foram responsáveis por essa atitude. O primeiro, sem dúvidas, foi o recente atentado a duas mesquitas, que aconteceu na última sexta-feira (15), em Christchurch, onde 50 pessoas foram mortas e mais 50 ficaram feridas. O segundo seria por influência da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern.
Isso porque essa entrega de armas, que acabou sendo uma campanha de desarmamento voluntária, começou logo após o pronunciamento de Ardern, onde ela afirmou que a legislação do país acerca das armas iria passar por uma drástica reformulação devido ao atentado, como também fez um apelo pedindo para que todos os cidadãos neozelandeses que possuíssem armas de fogo em casa entregassem-nas à polícia.
Dessa forma, poucas horas depois do pronunciamento da primeira-ministra, inúmeras pessoas começaram a ligar para as delegacias e até mesmo a se dirigirem a algumas delas para se informar como seria o procedimento de entrega das armas de fogo ou qual seria a melhor maneira de transportá-las com segurança para entregá-las às autoridades.
A estimativa do governo da Nova Zelândia é de que exista cerca de 1,1 milhão de armas de fogo em todo o país, incluindo as armas utilizadas para a caça. A proporção de armas de fogo por habitante seria algo equivalente a uma para cada 4 pessoas.
O paralelo entre o Brasil e a Nova Zelândia
Enquanto a Nova Zelândia repensa sobre as suas leis de armas após a tragédia ocorrida na última sexta-feira, o Brasil pensa ainda mais em afrouxar suas leis acerca do Estatuto do Desarmamento, com a intenção de facilitar o acesso às armas de fogo e, ainda, o atual governo pretende permitir o porte de arma para a população.