Nesta terça-feira (28), o Futebol espanhol ganhou destaque, mas não por seus títulos ou transferências de atletas, mas sim por conta de jogadores, dirigentes e ex-atletas que foram detidos por uma operação policial que investiga supostos envolvidos em uma organização criminosa que estaria manipulando resultados de jogos na primeira e segunda divisões do futebol espanhol para obtenção de lucros em apostas.
Segundo a imprensa de Madrid, foram presos Raúl Bravo (ex-jogador do Real Madrid, apontado como suposto chefe do esquema), Carlos Aranda (ex-jogador de diversos clubes, inclusive Sevilla e Real Madrid), Borja Fernández (ex-jogador do Valladolid), Agustín Lasaosa (presidente do Huesca), Juan Carlos Galindo (chefe do departamento médico do Huesca) e Íñigo López (jogador do Deportivo de La Coruña).
Além deles, o jogador do Leeds United, está emprestado do Getafe, Samu Saiz está sendo investigado. O jogador está viajando de férias com a família e não foi encontrado.
Futebol espanhol é alvo de operação policial
De acordo com os jornais espanhóis, o jogo em que o Huesca perdeu para o Gimnàstic por 1 a 0 na temporada passada, pela Liga Adelante, segunda divisão do futebol espanhol, deu origem à investigação. O diário Marca publicou que, durante esse jogo, quando o placar ainda era 0 a 0, várias casas de apostas resolveram suspender a cotação devido à entrada de um grande montante de dinheiro apostando em um empate em 0 a 0 no intervalo e a vitória do Gimnàstic, o que acabou acontecendo.
De acordo com fontes policiais, as investigações indicam possíveis manipulações de resultados em jogos da primeira e segunda divisões nas temporadas 2018 e 2019.
Entre os jogos da série A que estão sendo investigados estariam vários do Valladolid, clube presidido pelo ex-jogador Ronaldo "Fenômeno" desde setembro de 2018. Um dos jogos investigados aconteceu no dia 18 de maio (Valladolix x Valencia), quando o Valladolid ganhou por 2 a 0 e conquistou uma vaga na próxima Liga dos Campeões.
O conselho de administração do Valladolid divulgou um comunicado oficial no qual se coloca à disposição das autoridades para o esclarecimento do caso e afirmou novamente o compromisso do clube contra a corrupção e que condena qualquer tipo de comportamento fraudulento.
Raúl Bravo, de 38 anos, que é acusado de ser o chefe da organização de manipulação de resultados, viveu o auge da carreira entre 2001 e 2007, quando vestiu a camisa do Real Madrid. O ex-jogador conquistou uma Liga dos Campeões e dois Campeonatos Espanhóis com o clube. O jogador espanhol se aposentou em 2017, após jogar por três anos no futebol grego.