Grávida de cinco meses, a americana Marshae Jones, de 27 anos, acabou levando um tiro em sua barriga enquanto discutia com outra Mulher, em dezembro de 2018, na cidade de Birminghan, Estados Unidos. Após ser baleada, a jovem foi socorrida e sobreviveu sem nenhuma sequela, no entanto, o bebê que estava esperando acabou não resistindo, sendo assim, a americana sofreu um aborto espontâneo. A morte do bebê resultou em uma acusação de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

A jovem foi indiciada devido às leis atuais do Estado do Alabama, que permite criminalizar qualquer ação que possa colocar em risco a vida do bebê, ainda que na barriga da mãe.

No entanto, esse indiciamento acabou polemizando e gerou revolta entre alguns defensores do aborto no estado.

Segundo informações passadas pela Polícia, o motivo da briga entre a jovem e Ebony Jemison, de 23 anos, seria o próprio pai da criança que Marshae estava esperando, e a grávida teria iniciado a discussão. A briga aconteceu na rua, onde de repente se ouviu um disparo. No entanto, investigadores acreditam que o tiro foi dado em legítima defesa.

Pouco tempo após o ocorrido, Danny Reid, tenente da polícia de Pleasant Grove, informou que as investigações mostraram que na verdade a única vítima em toda essa história foi o feto, já que foi a mãe da criança que iniciou a briga.

Marshae só foi indiciada nesta quarta-feira (26), pelo júri popular, segundo informações divulgadas pelo site AL.com.

Após o indiciamento, Marshae foi presa nesta quinta (27), e encaminhada para a cadeia do condado de Jefferson. Ainda não se sabe se a americana já contratou um advogado para sua defesa. No entanto, o valor da fiança já foi estipulado, nada mais nada menos que US$ 50 mil.

Reid ressalta que neste caso não se pode esquecer de que o bebê foi a única vítima nesta história, já que o mesmo não escolheu ter sido envolvido em uma briga.

O tenente também diz que o bebê estava confiando sua vida a sua mãe.

Caso causa polêmica em defensores do aborto

Em grupos, cujo tema principal é defender o aborto, a decisão de indiciar Marshae por homicídio culposo deixa claro que as leis do Alabama deixam portas abertas para acusações, consideradas para eles, sem sentido algum.

Amanda Reyes, diretora do Fundo Yellowhammer, integrante de um grupo designado a defender o direito de aborto, diz que o estado do Alabama provou que a partir do momento em que uma mulher engravida, ela carrega consigo a obrigação de trazer para o mundo um bebê vivo e saudável. Para terminar seu pronunciamento, Reyes diz que amanhã poderá ser outra mulher negra a passar pela mesma situação que Marshae está passando hoje.