Morreu nesta terça-feira (24), em Bergamo, no norte da Itália, o padre Giuseppe Berardelli, de 72 anos. Ele havia ganhado um respirador, dado por um pároco, mas decidiu ceder o equipamento a um paciente mais jovem.

Apesar de ter ficado internado em Bergamo, Berardelli era padre de uma igreja da cidade de Casnigo, local onde ele foi sepultado sem a realização de velório. Os moradores da cidade fizeram uma salva de palmas de suas janelas ao saberem da morte do religioso.

Na Itália, ao menos 50 padres já morreram por conta do coronavírus. A região de Bergamo, onde o padre faleceu, é a mais afetada de todo o país.

Nesta terça-feira (24), a Itália contabilizou mais 700 mortes causadas pelo coronavírus, elevando para 6.820 o número de vítimas fatais da pandemia. Apenas na Lombardia, foram mais 400 óbitos.

No dia anterior o índice havia recuado e por enquanto o pico de mortes ocorreu no sábado (21), quando houve 793 registros de mortes no país.

Número de infectados pode ser três vezes maior

Angelo Borrelli, chefe da agência de proteção civil italiana, concedeu entrevista ao jornal La Repubblica na qual disse que o número de infectados em todo o país pode ser até três vezes maior do que vem sendo divulgado. Segundo essa estimativa, a Itália então teria 630 mil pessoas infectadas.

Essa distorção também ajudaria a entender a razão do país apresentar a maior taxa de letalidade do mundo em relação à doença.

De acordo com os dados oficiais, a taxa beira os 9%, ou seja, a cada 100 infectados, nove morrem.

Se os números apresentados por Borrelli forem os corretos, tal índice de letalidade cairia para 0,9%, o que significa menos de uma morte em um universo de 100 pessoas que contraíram o coronavírus.

Isolamento total na Índia

Com uma população de 1,3 bilhão de habitantes, a Índia impôs isolamento total por 21 dias como medida para conter o avanço do coronavírus no país.

Assim, um quinto da população mundial está em isolamento. Profissionais da imprensa, dos serviços de saúde e policiais ficaram isentos dessas regras. Comércios de comida e farmácias seguirão funcionando.

Outras medidas adotadas pelas autoridades locais foram a suspensão dos voos nacionais e internacional, além da paralisação do transporte rodoviário para passageiros.

Essas regras foram anunciadas pelo o primeiro-ministro Narendra Modi, que ainda prometeu destinar 2 bilhões de dólares --mais de 10 bilhões de reais-- para o setor de saúde. “Para salvar todos os indianos, haverá uma proibição total de saídas de suas casas”, disse. Segundo Modi, se o país fracassar nesses 21 dias de isolamento, terá 21 anos de retrocesso.

No país foram registrados 469 casos e 10 mortes. As autoridades informaram que não existem evidências de transmissão doméstica.