Embora tenha contabilizado uma tímida diminuição no número de infectados pelo coronavírus nesta quinta-feira, a Espanha já ultrapassou a marca de 15 mil mortes ocasionadas pela doença que surgiu na China. Foram 15.238 pessoas portas no país, 683 apenas nas últimas 24 horas.

Liderado pelo socialista Pedro Sánchez, o governo espanhol enfrenta neste momento a pressão popular e dos políticos de direita para que levem em consideração a recontagem dos números. A região de Madri, capital da Espanha, é a mais afetada e segundo as autoridades locais , o número de mortes em casas de repouso pode aumentar ainda mais a cifra oficial.

Na contagem foram renegadas mais de 3.500 mortes com sintomas parecidos com o da doença causada pelo coronavírus.

A discrepância entre os números e a cobrança pela transparência dos dados começaram durante um debate no Congresso. Enquanto era debatida a extensão do período de confinamento no país até o dia 25 de abril, o debate que havia iniciado com um minuto de silêncio pelas vítimas logo se transformou em briga entre os parlamentares.

Se referindo à discrepância dos dados, o líder do Partido Popular (PP), Pablo Casado alfinetou dizendo que "os espanhóis merecem saber a verdade". "A Espanha é o país do mundo com mais mortes por milhão de habitantes (…) Você não vai pedir perdão?", concluiu o político.

A Espanha foi acusada de subestimar o poder do vírus, mentir nos balanços e colocar em risco a vida dos profissionais de saúde que não têm o material suficiente e adequado para sua proteção.

Casos confirmados na Espanha

Até o momento foram oficialmente diagnosticados 152.446 pessoas infectadas pelo vírus no país. O número total de pessoas recuperadas da doença é de 52.165.

Segundo a Dra. María José Sierra, a taxa de crescimento e a velocidade de propagação da doença estão diminuindo. As mortes aumentam menos de 5% ao dia, em contrapartida, o número de pessoas contaminadas continua sendo maior do que a quantidade de pessoas recebendo altas nos hospitais.

A Espanha adotou em 14 de março o isolamento social e a partir da próxima segunda-feira (13), o governo permitirá que as atividades consideradas não essenciais sejam retomadas.

Atualmente os espanhóis só podem sair de casa para trabalhar ou fazer atividades básicas, como comprar remédios e alimentos, por exemplo.

Embora esteja caminhando de volta a normalidade, as medidas restritivas adotadas no país podem ser prolongadas até o dia 25 de abril caso seja necessário.

A Espanha é o segundo país mais afetado pela pandemia em todo o mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, onde já foram confirmados quase 150.000 casos e 15.774 mortes.