Desde a última terça-feira (3), as Eleições nos Estados Unidos deixaram o mundo inteiro esperando por um resultado. Mas, como sempre, quando uma mudança política está para acontecer, as notícias falsas ganham destaque na internet e também na mídia. A equipe editorial da Blasting News identifica as informações enganosas e as fraudes mais populares toda semana para ajudá-lo a entender o que é verdade e o que é mentira. Aqui estão alguns dos boatos falsos mais compartilhados da semana.

EUA

Alegação: Apuração está roubando segundo mandato de Trump

Fatos: Na última quinta-feira (5), o presidente dos EUA, Donald Trump, deu uma entrevista coletiva na Casa Branca afirmando: “Estávamos ganhando em todos os locais-chave, por muito, na verdade, e então nossos números começaram a ser milagrosamente diminuídos em segredo”.

Durante sua fala, Trump atacou os “votos ilegais” e a “votação por correio”: “destruiu o nosso sistema. É um sistema corrupto e torna as pessoas corruptas, mesmo que não o sejam, por natureza. Mas eles se tornam corruptas. É muito fácil”.

Verdade: A agência Associated Press descreveu a afirmação de Trump como uma "torrente de acusações fabricadas em uma tentativa audaciosa de minar a legitimidade da eleição nos EUA”. A AFP Fact Check informa que as alegações do presidente dos EUA foram compartilhadas "sem evidências".

Em relação ao "voto por correspondência" ser "corrompido", funcionários americanos e observadores internacionais disseram que nenhuma fraude teria ocorrido. "Simplesmente não há base para a teoria da conspiração de que o voto pelo correio causa fraude”, disse Ellen Weintraub, da Comissão Eleitoral Federal dos EUA (FEC), segundo a AFP.

O jornal americano The New York Times, por sua vez, descreveu a coletiva de imprensa na Casa Branca como uma “torrente de mentiras” e disse que “a maioria das redes de televisão cortou a declaração com o fundamento de que o que Trump estava dizendo não era verdade”.

EUA

Alegação: Moradores de bairro de Nova York receberam cédulas pré-preenchidas para Joe Biden

Fatos: Vários usuários das redes sociais compartilharam uma captura de tela de um tuíte publicado por Jake Novak, que se identifica como colunista editorial freelancer na CNBC, conforme relata a Reuters.

A publicação mostra a foto de uma cédula de votação com o nome de Joe Biden selecionado. A legenda diz: “Vários residentes de Queens Village (NY) estão recebendo cédulas pré-preenchidas para Joe Biden e sendo instruídos a simplesmente enviá-las de volta ao Conselho de Eleições. Isso é flagrantemente ILEGAL”.

Verdade: A conta oficial do Twitter da Junta Eleitoral da Cidade de Nova York respondeu a esta postagem dizendo: “Na verdade, parece que foi preenchida à mão e já declaramos que não recebemos nenhum relato sobre isso!”. Posteriormente, eles completaram a resposta dizendo: “Nós nos comunicamos diretamente com o eleitor em questão, que recebeu uma cédula EM BRANCO. Isso é simplesmente falso”.

Conforme relata a Reuters, as autoridades eleitorais de Nova York contataram o eleitor, que relatou ter recebido uma cédula em branco e, após preenchê-la, acabou enviando-a por engano para seu antigo endereço no Queens.

EUA

Alegação: Responsáveis por apuração na Virgínia levaram cédulas para casa na noite da eleição

Fatos: Várias postagens foram compartilhadas no Twitter na manhã seguinte à eleição do último dia 3 nos EUA dizendo: “Os responsáveis pela contagem de votos na Virgínia decidiram encerrar a noite e ...

VEJAM SÓ ... levaram as cédulas não contadas PARA CASA COM ELES”. A alegação teria origem no canal de notícias a cabo One America News Network (OANN).

Verdade: Esta alegação foi desmentida por Andrea Gaines, porta-voz do Departamento de Eleições da Virgínia, segundo relata a Reuters. Ela enviou um e-mail para a agência dizendo: “Os oficiais eleitorais não levam as cédulas para casa”, mas sim mantêm-nas em um local seguro. Como acrescenta a Reuters, a informação não foi encontrada no site da OANN ou nas redes sociais da emissora.

França

Alegação: Trump ganhou no Arizona, Geórgia e Pensilvânia

Fatos: Nesta sexta-feira (6), o perfil Comité Trump France compartilhou no Twitter um mapa eleitoral mostrando que os resultados divulgados na imprensa eram “obviamente falsos”.

O mapa indicava que Trump venceu no Arizona, Geórgia e Pensilvânia, enquanto o resultado no Wisconsin ainda aparecia como incerto. O post diz que Donald Trump já acumulava 264 delegados e estaria, portanto, a um passo da reeleição.

Verdade: Como relata o jornal francês Le Monde, os votos ainda estavam sendo contados nesta sexta-feira no Arizona, Geórgia e Pensilvânia, o que significa que nenhum candidato havia oficialmente garantido a vitória. Quanto ao Wisconsin, Joe Biden venceu neste estado, mas Donald Trump disse que deseja entrar com um recurso.

EUA

Alegação: Vídeo mostra saco de votos para Trump sendo queimado

Fatos: Vídeo compartilhado milhares de vezes no Twitter mostra um homem supostamente queimando um saco com votos em Virginia Beach.

Na gravação, o homem alega que o saco contém cerca de 80 votos em Trump. O vídeo chegou a ser compartilhado por um dos filhos do presidente americano, Eric.

Verdade: Segundo informações da agência Reuters, as autoridades de Virginia Beach informaram que a alegação é salsa e que os papéis do vídeo são amostras de cédulas, não as oficiais usadas na eleição.

EUA

Alegação: Eleitores de Trump no Arizona receberam de mesários canetas que invalidam os votos

Fatos: Publicações compartilhadas nas redes sociais alegam que mesários de seções eleitorais no estado americano do Arizona teriam fornecido aos eleitores de Trump canetas hidrográficas para marcar suas cédulas, o que invalidaria as cédulas ao torná-las ilegíveis pelas máquinas de votação.

Assim como a anterior, esta alegação também foi compartilhada Eric Trump.

Verdade: Segundo o jornal The News York Times, as autoridades eleitorais do Arizona disseram que a alegação é falsa e que os votos registrados com canetas hidrográficas serão contados normalmente.

BRASIL

Alegação: Wisconsin tem mais votos do que eleitores registrados

Fatos: Publicação compartilhada no Facebook e no Twitter alega que o estado americano de Wisconsin teria 3.129.000 eleitores registrados e 3.239.920 votos contabilizados. As postagens sugerem que a apuração teria sido fraudada em benefício do candidato democrata Joe Biden.

Verdade: A Comissão Eleitoral de Wisconsin informou em sua página oficial no Twitter que, até o dia 1º de novembro, o estado tinha 3.684.726 eleitores registrados.

AMÉRICA LATINA

Alegação: Kamala Harris disse que financiará inimigos de Israel

Fatos: Um site intitulado Bibliatodo Noticias publicou no início do mês um artigo alegando que durante uma entrevista recente ao portal The Arab American News a candidata democrata à vice-presidência dos EUA, Kamala Harris, anunciou suas intenções de “criar um estado palestino dentro das fronteiras de Israel enquanto congela o número de judeus autorizados a viver na Judéia e Samaria”.

Verdade: Harris realmente deu uma breve entrevista ao portal The Arab American News, mas sua declaração foi diferente da afirmada pelo Bibliatodo Noticias. “Joe e eu também acreditamos no valor de cada palestino e de cada israelense e trabalharemos para garantir que palestinos e israelenses desfrutem de medidas iguais de liberdade, segurança, prosperidade e democracia.

Estamos comprometidos com uma solução de dois estados e nos oporemos a quaisquer medidas unilaterais que minem esse objetivo. Também nos oporemos à anexação e à expansão dos assentamentos. E tomaremos medidas imediatas para restaurar a assistência econômica e humanitária ao povo palestino, enfrentar a crise humanitária em curso em Gaza, reabrir o consulado dos EUA em Jerusalém Oriental e trabalhar para reabrir a missão da OLP em Washington”, disse a candidata democrata.

ITÁLIA

Alegação: Eleitor nascido em 1823 teve voto contabilizado em Detroit

Fatos: Publicações compartilhadas no Facebook trazem uma captura de tela de uma transmissão da FOX 2 na qual supostamente é afirmado que em Detroit, cidade no estado de Michigan, onde o democrata Joe Biden lidera a apuração, há sinais evidentes de fraude, inclusive com a contagem do voto de um eleitor que teria nascido em 1823.

Verdade: A própria Fox 2 negou a veracidade da alegação ao publicar um artigo intitulado “Foto sobre eleitor de Detroit nascido em 1823 é de um processo de 2019 que foi esclarecido”. “Não acredite em tudo que você vê nas redes sociais. Pode ser antigo, enganoso ou uma mentira descarada. Este é antigo, os problemas foram corrigidos e agora está sendo usado para espalhar a desinformação”, disse a emissora ao final do texto.