De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado em Roma, nesta segunda-feira (12), mais da metade das pessoas subalimentadas (418 milhões) vivem na Ásia. Mais de um terço, correspondente a 282 milhões, residem na África, e uma proporção menor (60 milhões), encontra-se espalhada pela América Latina e Caribe.
Contudo, segue o relatório, a situação mais agravada da fome foi verificada na África, onde a prevalência estimada de desnutrição, em 21% da população, é mais do que o dobro de qualquer outra região.
Covid-19 e a fome no mundo
Segundo o relatório da FAO, na comparação com 2019 houve um acréscimo de 46 milhões no número de pessoas que passam fome na África, 57 milhões na Ásia e 14 milhões no Caribe e na América Latina.
A publicação do relatório da fome no mundo foi publicado com o apoio de organismos como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Este aumento da fome no mundo, segundo o relatório da ONU, tem como um dos motivos a pandemia do novo coronavírus e terá efeitos de longo prazo na segurança alimentar.
Neste sentido, segundo a FAO, essa intensidade no agravamento da fome afetará diretamente o cumprimento da meta das Nações Unidas de erradicar a fome no mundo até 2030.
Ainda segundo o relatório, entre 720 milhões e 811 milhões de pessoas no mundo enfrentaram a fome, ou seja, 118 milhões de pessoas a mais do que em 2010, se levarmos em conta a média dessa faixa (768 milhões).
Apesar de as consequências da pandemia ainda não terem sido mapeadas, o relatório "O Estado da Insegurança Alimentar e Nutrição no Mundo" é a primeira avaliação universal relacionada à fome neste período de Covid-19.