O mundo das notícias é complexo, e histórias e imagens falsas costumam ser amplamente compartilhadas nas redes sociais. A equipe editorial da Blasting News identifica as informações enganosas e as fraudes mais populares toda semana para ajudá-lo a entender o que é verdade e o que é mentira. Aqui estão alguns dos boatos falsos mais compartilhados da semana.

EUA

É falso que auditoria no Arizona encontrou dezenas de milhares de votos de pessoas que não existem

Alegação falsa: Artigos publicados na internet e compartilhados nas redes sociais afirmam que uma auditoria eleitoral realizada no estado americano do Arizona encontrou 86.391 eleitores no condado de Maricopa que “parecem não existir”.

Verdade:

  • A empresa Cyber Ninja, que realizou a auditoria, afirmou que 86.391 eleitores não puderam ser encontrados no Personator, um banco de dados comercial administrado pela empresa Melissa, mas que isso não implicaria que essas pessoas não existem.
  • Ao final da auditoria, a Cyber Ninja recomendou a aprovação da lista de eleitores e afirmou: “É esperado que a maioria, se não todos esses indivíduos, sejam de fato pessoas reais com um registro público e presença comercial limitados”.
  • Em declaração à Reuters, a empresa Melissa, que administra o banco de dados Personator, disse que estar ausente da ferramenta “não é um indicador de que um indivíduo não existe” e que eles estimam que o Personator cubra “aproximadamente 80% dos adultos dos EUA”.

Reino Unido

Pacotes da Amazon não representam um risco para os gatos

Alegação falsa: Publicação compartilhada por usuários do Facebook no Reino Unido alega que todas as caixas de papelão de encomendas da Amazon são pulverizadas pela empresa com pesticidas tóxicos para matar roedores.

Segundo a postagem, os pacotes da Amazon representam, portanto, um risco à saúde dos gatos, podendo causar queimaduras, febre, letargia e problemas respiratórios nos animais. A publicação é acompanhada de uma foto de um gato com um inchaço vermelho na língua.

Verdade:

  • Uma busca reversa na internet mostra que a imagem do gato foi originalmente publicada nas redes sociais no final de 2020 por uma mulher chamada Alicia Plant, que alegou que o seu animal de estimação havia sofrido queimaduras químicas após lamber um pacote da Amazon.
  • Procurada pelo site Snopes, Plant disse ter apagado a foto de sua rede social e que o assunto estava sendo tratado entre ela e o varejista.
  • Também ao Snopes, um porta-voz da Amazon disse que a empresa não tinha como política pulverizar suas caixas com rodenticidas ou inseticidas, afirmando que usa as mesmas caixas que "todos os outros fabricantes usam".

América Latina/Espanha

Queda de drones na China não teve relação com apagão no Facebook

Alegação falsa: Usuários do Facebook e Twitter na Espanha e em países da América Latina compartilharam um vídeo que mostra dezenas de drones caindo na China, junto da alegação de que o episódio ocorreu devido ao apagão global enfrentado por Facebook, Instagram e WhatsApp na última segunda-feira.

Verdade:

  • Ao contrário do que afirmam as publicações, o incidente com os drones ocorreu no último dia 1° de Outubro, durante um show de luzes em um shopping center na cidade chinesa de Zhengzhou, na província de Henan.
  • Em declaração à agência China News Services, um organizador do evento disse que “erros de operação” podem ter levado à queda dos drones e que o episódio não deixou nenhum ferido.

Brasil

É falso que vacina da Pfizer contra a Covid não é recomendada para menores de 16 anos

Alegação falsa: Publicações compartilhadas por usuários do Facebook no Brasil afirmam que a bula da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica Pfizer indicaria que o imunizante não é recomendado para menores de 16 anos.

Verdade:

  • De acordo com a bula da vacina da Pfizer disponível no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o imunizante pode ser aplicado em jovens com idade igual ou superior a 12 anos.
  • No último mês de junho, a vacina da Pfizer foi a primeira no Brasil a receber a autorização da Anvisa para aplicação em jovens a partir de 12 anos, após a farmacêutica apresentar estudos que indicaram a segurança e eficácia da vacina para este grupo.
  • O imunizante já é autorizado para pessoas a partir de 12 anos nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e países da União Europeia.

Nova Zelândia

Vídeo que mostra primeira-ministra da Nova Zelândia fumando crack é um deepfake

Alegação falsa: Usuários das redes sociais compartilharam um vídeo que supostamente mostra a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, fumando crack.

Verdade:

  • Uma busca inversa na internet mostra que o vídeo compartilhado nas redes sociais foi publicado originalmente em 9 de outubro de 2020, por um canal do YouTube chamado Genuine Fake, com o título “Jacinda Ardern Fuma Maconha”.
  • O canal Genuine Fake é famoso por fazer vídeos deepfake –técnica que utiliza recursos de inteligência artificial para substituir rostos em vídeos e imagens– de políticos e celebridades da Nova Zelândia.
  • O vídeo original, sobre o qual o rosto de Ardern foi inserido digitalmente, foi publicado pela youtuber Kush Evilia em 6 de maio de 2019.

Quênia

Imagem não mostra missionário cristão sendo executado na Síria

Alegação falsa: Uma fotografia de um homem sorridente com uma corda amarrada no pescoço foi compartilhada em perfis do Facebook no Quênia junto da alegação de que a imagem mostra um “pregador do evangelho” condenado à morte na Síria.

“Ele foi condenado à morte na Síria por pregar o evangelho e está rindo da forca porque sabe que seu tempo de encontrar Jesus Cristo está chegando”, diz a legenda de algumas das postagens.

Verdade:

  • Uma busca reversa na internet mostra que o homem que aparece na imagem é, na verdade, Majid Kavousifar, um iraniano que foi condenado à morte em 2007 por assassinar um juiz.
  • Reportagens publicadas à época mostram imagens de Kavousifar despedindo-se de seus parentes que assistiram ao enforcamento público, ocorrido em Teerã em 2 de agosto de 2007.
  • Ao menos 267 pessoas foram enforcadas em 2020 no Irã, onde execuções continuam sendo uma forma legal de punição.