O mundo das notícias é complexo, e histórias e imagens falsas costumam ser amplamente compartilhadas nas redes sociais. A equipe editorial da Blasting News identifica as informações enganosas e as fraudes mais populares toda semana para ajudá-lo a entender o que é verdade e o que é mentira. Aqui estão alguns dos boatos falsos mais compartilhados da semana.

Mundo

Foto não mostra protesto na Austrália contra medidas restritivas de combate à Covid-19

Afirmação falsa: Usuários das redes sociais compartilharam uma imagem aérea de uma multidão em uma área rural, junto da alegação de que a imagem mostra um megaprotesto realizado em Camberra, na Austrália, contra as medidas restritivas de combate à Covid-19.

Verdade:

  • Uma busca reversa na internet mostra que a imagem compartilhada nas redes sociais foi registrada pelo fotógrafo Aaron Chown, da agência PA, no dia 27 de junho de 2019.
  • A legenda da imagem, disponível no site da agência PA, informa que a cena foi registrada durante o tradicional festival de música de Glastonbury, na Inglaterra.

EUA

OnlyFans não está recrutando estudantes em universidades

Afirmação falsa: Usuários das redes sociais nos EUA compartilharam um vídeo que supostamente mostra um homem recrutando estudantes da Universidade Internacional da Flórida, em Miami, para contribuírem com a plataforma de assinatura online OnlyFans, conhecida pelo conteúdo adulto.

Na gravação, o homem aparece distribuindo folhetos e dizendo às mulheres que passam que aquela é uma oportunidade para elas conseguirem “liberdade financeira”.

Verdade:

  • Uma busca reversa na internet mostra que o vídeo foi publicado originalmente no Instagram no último dia 9 de fevereiro, na conta do influenciador digital e comediante Bendadonnn.
  • Em nota à imprensa, o site OnlyFans afirmou não ter nenhuma ligação com o homem que aparece no vídeo e que as ações dele vão contra as políticas da empresa.

França

A “grande substituição” é uma teoria da conspiração

Afirmação falsa: Em seu primeiro grande comício de campanha no último domingo (13), a candidata de centro-direita à presidência da França Valérie Pécresse disse que o país não está condenado à “grande substituição”, expressão amplamente utilizada pelo candidato de extrema-direita Eric Zemmour.

Verdade:

  • Conceito teorizado pelo filósofo francês de direita Renaud Camus nos anos 2010, a “grande substituição” se refere a um suposto plano realizado por uma elite global para substituir populações cristãs brancas por imigrantes não-brancos, especialmente muçulmanos.
  • Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos da França (INSEE), aproximadamente 10% da população francesa em 2018 era composta de imigrantes –46% dos quais vindos da África. Portanto, a substituição de uma maioria cristã branca por imigrantes não-brancos está longe de se tornar uma realidade no país.

Espanha

Luz ultravioleta não permite prever resultado de testes de antígeno para a Covid-19

Afirmação falsa: Vídeo compartilhado por usuários das redes sociais na Espanha afirma que é possível “prever” o resultado de testes de antígeno para a Covid-19 apenas iluminado-os com uma luz ultravioleta (UV).

Segundo a gravação, os resultados dos testes já estariam pré-definidos.

Verdade:

  • Em nota à agência AFP, o Ministério da Saúde da Espanha informou: “Existem inúmeros compostos químicos que absorvem luz ultravioleta, tais como proteínas, sais minerais, alguns compostos orgânicos, etc., e alguns deles emitem fluorescência que pode ser observada no espectro visível, portanto, dependendo dos produtos utilizados pelo fabricante do teste na composição das faixas de controle e amostra, eles podem ser visíveis”.
  • “Também não se pode descartar que o teste tenha sido manipulado de alguma forma, adicionando, por exemplo, uma mancha de proteína fluorescente (fluorocromo, não visível a olho nu), ou um sal mineral contendo fósforo ou outros minerais, que absorvem luz ultravioleta e emitem um sinal fluorescente, obtendo o resultado que vemos na sequência”, acrescentou a pasta.

Brasil

É falso que patente de teste da Covid-19 foi registrada em 2015

Afirmação falsa: Usuários das redes sociais no Brasil compartilharam um vídeo que afirma que um teste para a Covid-19 teria tido sua patente registrada em 2015 –os primeiros casos da doença causada pelo novo coronavírus foram identificados apenas em dezembro de 2019.

“Não tomei vacina da Covid. Aí fui pesquisando à noite, para ver se tomei a decisão certa. Aí você digita US20200279585A1 e sai a patente registrada por Rothschild, da família Rothschild, em 2015. Patente de quê? Teste do Covid 19”, diz o autor do vídeo.

Verdade:

  • Em declarações ao portal G1, o Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia dos Estados Unidos (NCBI) informou que o ano de 2015 que aparece na patente de número US-2020279585-A1 se refere à chamada “data de prioridade”, termo utilizado para indicar o primeiro registro de uma sequência de pedidos de patente.
  • Desses vários pedidos, apenas o US-2020279585-A, registrado em 17 de maio de 2020, se refere ao teste para a Covid-19.
  • Apesar do sobrenome, Richard A. Rothschild, autor do pedido de patente mostrado no vídeo, não tem qualquer relação com a família de banqueiros Rothschild, alvo frequente de teóricos da conspiração.

Índia

Arábia Saudita não voltou a proibir cinemas no país

Afirmação falsa: Usuários das redes sociais na Índia compartilharam publicações que afirmam que o governo da Arábia Saudita teria voltado a proibir no último mês de janeiro o funcionamento de salas de cinema no país.

Verdade:

  • Até o último dia 16 de fevereiro, não havia nenhum comunicado no site da Autoridade Geral de Entretenimento da Arábia Saudita informando sobre qualquer proibição permanente à operação das salas de cinema no país.
  • Em declarações à agência AFP, as redes Vox Cinemas e AMC Cinemas, que operam salas na Arábia Saudita, informaram que não há nenhuma proibição em vigor e que continuam operando normalmente no país.
  • O funcionamento de salas de cinema na Arábia Saudita voltou a ser permitido desde o final de 2017, após décadas de proibição, como parte de uma série de reformas sociais no reino conservador, que incluíram a permissão às mulheres para dirigirem.