Senado já tem maioria de votos para aprovar impeachment de Dilma
Levantamento feito pelo Estadão confirma ampla maioria de votos para afastar Dilma da Presidência.

Um levantamento feito pelo jornal Estadão e publicado nesta segunda-feira, dia 18, na internet, mostrou que a maioria dos senadores votará a favor do afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República. Após a aprovação na Câmara, o processo agora encontra-se no Senado. Para que seja aceito nesta casa serão necessários, pelo menos, 41 votos válidos.
A contagem apurada pelo jornal mostrou um total de 44 senadores que já se declararam favoráveis ao seguimento do processo nesta casa. Além disto, 21 são contrários, 6 se dizem indecisos e 10 não quiseram responder ao Estadão.
Ainda pelo que foi apurado, o PSDB é o partido com o maior número de votos favoráveis. São 11 senadores. No PMDB de Temer, nove irão votar a favor e três serão contrários ao processo.
Além disto, mais três da mesma sigla se declararam indecisos. Naquela casa, o PT é a única sigla em que todos os parlamentares declararam votos contra.
Com a chegada do processo, as atenções se voltam para a figura do presidente daquela casa, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Além disto, as pressões sobre o parlamentar serão inevitáveis no sentido de que o processo possa ser conduzido no menor tempo possível. Elas poderão vir, inclusive, de fontes externas, tais como o Movimento Brasil Livre (MBL). O objetivo é que o senador possa ter colocado o processo em votação até o dia 11 de maio.
O senador alagoano já deu mostras de que não vai ceder às pressões e, por isto, vai deixar que o processo possa seguir seu curso natural naquela casa.
Renan será o principal responsável por conduzir o processo dando ritmo ao mesmo. Ele terá que decidir sobre o papel dos dois principais interessados no seguimento do Impeachment. A primeira é a própria Dilma Rousseff, cuja falta de apoio da sigla do senador foi responsável pela decisão de retomar os cargos indicados pelo parlamentar. O outro seria o próprio vice, Michel Temer, seu adversário histórico.
Para alguns parlamentares, como o deputado federal Ivan Valente (PSOL), que votou contra o impeachment, será difícil uma vitória do governo no Senado. Ele considera que a reversão do quadro de votação será impossível. O parlamentar é contra Michel Temer, de quem não reconhece nenhum respaldo para assumir o lugar de Dilma.
Além disto, ele critica todos os envolvidos na Lava Jato e que estão fazendo parte da liderança do PMDB. O PSOL, definitivamente, deverá se posicionar contra este tipo de acordo.
Para os líderes do PT, o senador Humberto Costa (PE) e o deputado federal José Guimarães (CE), apesar da derrota momentânea e da difícil vitória no Senado, a batalha está apenas no começo. Um pouco mais otimista, Guimarães confia no apoio da ruas e define o processo como uma 'agressão à legalidade democrática'.
A oposição já teme que os partidos da base do governo e o próprio PT possa tumultuar o início do governo de Temer, caso ele assuma nos 180 dias de um possível afastamento de Dilma. Eles deverão agir para dificultar a aprovação de projetos do vice. Na tentativa de minimizar este quadro, o mesmo deverá agir de forma rápida e com a adoção de medidas que possam trazer-lhe estabilidade, caso contrário, as decisões no Senado poderão mudar de lado.