O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deu início, nessa terça-feira (3), à entrega dospedidos de inquéritos contra políticos implicados por Delcídio do Amaral.
Estão incluídos na lista de investigação a Presidente Dilma Rousseff, Edinho Silva (Ministro da Comunicação Social), José Eduardo Cardozo (Advocacia Geral da União), Eduardo Cunha (presidente da Câmara - PMDB-RJ), o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o deputado Marcos Maia (PT-RS), e o Ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), Vital do Rego.
Todos têm foros privilegiados, pois são congressistas e ministros.
Também estão incluídos na lista, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva Lula, o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e outros peemedebistas já citados em outros inquéritos.
Dilma, Lula e Cardozo são suspeitos de tentar interferir nas investigações da Lava Jato.
Em delação, Delcídio confirmou que Aloízio Mercadante (ministro da Educação), procurou seus assessores com o objetivo de que não fechassem nenhum acordo com as autoridades e ainda ofereceu ajuda financeira ao senador para pagamento de advogados e que intercederia por ele junto ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski.
Aécio é alvo de dois pedidos de investigação: um em relação ao esquema de Corrupção na Hidrelétrica de Furnas, onde teria sido beneficiado, e o outro por interferir na CPI dos Correios, em 2005, maquiando os dados do Banco Rural. A CPI era comandada por Delcídio e ficou conhecido como Mensalão.
Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, que já era réu da Lava Jato, é citado por Delcídio por estar ligado à Diretoria de Furnas e receber propina.
Quanto a Renan Calheiros, presidente do Senado, Delcídio o citou como beneficiário de um esquema de desvio de dinheiro da Petrobras.
A procuradoria quer apurar se o senador cometeu crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Delcídio relata que Edinho da Silva o orientou a receber, via caixa dois, pagamentos de dívidas de campanha por meio de um Laboratório Farmacêutico, o que não acabou acontecendo.
Outro petista que pode virar alvo de investigação é o deputado Marcos Maia, acusado de cobrar propina para evitar depoimento de empreiteiras na CPI da Petrobrás.
Todos os envolvidos negam as acusações e questionam a credibilidade de Delcídio do Amaral.