O coordenador da força-tarefa de investigação da maior operação anticorrupção em toda a história contemporânea do país, a Operação Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, se expressou em relação à recente decisão conferida ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), José Antônio Dias Toffoli, sobre a utilização de voto secreto na escolha do próximo presidente do Senado e da Câmara.

Por intermédio de uma decisão do presidente da mais alta Instância do Poder Judiciário brasileiro, a votação deverá ser secreta na escolha dos próximos presidente da Câmara dos Deputados e do Senado da República.

Essa decisão do ministro Dias Toffoli, ao derrubar uma liminar anterior de seu colega do Supremo, ministro Marco Aurélio Mello, para que a votação fosse aberta, tem repercutido intensamente.

Manifestação do coordenador da Operação Lava Jato

Recentemente, o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato e membro integrante do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, escreveu em seu perfil oficial no Twitter que: "não haverá avanço contra a corrupção no Brasil, se Renan Calheiros comandar o Senado Federal". Dallagnol demonstrou preocupação com a decisão tomada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal em determinar que a votação para o comando do Congresso Nacional seja por meio de votação secreta, o que, segundo ele, em tese, favoreceria o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

De acordo com a manifestação do procurador na internet, "a decisão de Toffoli favorece a Renan, o que dificultaria a aprovação de leis inerentes de combate à corrupção, pois a Presidência do Senado Federal é responsável por decidir pauta (em relação ao que é votado na Casa)".

Deltan Dallagnol foi ainda mais longe em sua análise da atual situação da disputa pelo comando do Senado, ao concluir que "diferentemente de juízes em tribunais, os senadores são eleitos e possuem o dever de ter que prestar contas à sociedade, já que a sociedade tem o direito de saber", em relação a quem os votos dos parlamentares serão destinados, no que tange ao comando do Poder Legislativo no Brasil, tanto, em se tratando da Câmara Federal, quanto ao Senado da República.

Dallagnol ressaltou que Renan Calheiros possui contra si várias investigações por práticas criminosas de corrupção e de lavagem de dinheiro, já que o mesmo responde a inquéritos juntamente ao Supremo Tribunal Federal (STF).