Sob o argumento de combater a suposta doutrinação de esquerda na Educação de crianças e adolescentes no Brasil, o Governo do presidente Bolsonaro mira os livros didáticos.
Uma versão de edital que orienta a produção de livros escolares foi editado pela Ministério da Educação, trechos como o compromisso a não violência contra a Mulher, a promoção da cultura quilombola e dos povos do campo foram suprimidos na nova publicação.
Para membros do governo, essas diretrizes são temas da esquerda que comandou o país nos últimos anos. A primeira medida do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, foi desmantelar uma secretária do MEC responsável por comandar as ações de diversidade, que incluía os direitos humanos e as relações étnico-raciais.
Alinhado com a nova política, o deputado federal e filho do presidente Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, publicou em sua página no twitter que as professoras não precisam ensinar feminismo aos seus alunos.
Atenção professores: seu aluno q inicia agora o 1º ano do ensino médio não precisa saber sobre feminismo, linguagens outras q não a língua portuguesa ou história conforme a esquerda, pois o vestibular dele será em 2021 ainda sob a égide de pessoas da estirpe de Murilo Resende. pic.twitter.com/f6YGdyNdrH
— Eduardo Bolsonaro (@BolsonaroSP) 5 de janeiro de 2019
A nova orientação do Programa Nacional do Livro Didático
O novo edital de compras de livros publicado pelo Ministério da Educação veda ilustrações que retratem a diversidade étnica da sociedade brasileira, a pluralidade social e cultural do país.
O edital foi publicado no dia 2 de janeiro com as alterações do Programa Nacional do Livro Didático. Inicialmente, o novo documento foi publicado no ano passado, ainda sob a vigência do governo de Michel Temer, e orienta as editoras na produção dos livros que serão usados nas escolas de todo o país. O governo fará a avaliação final das obras.
A mulher como personagem de destaque no ensino brasileiro
A antiga versão orientava as editoras a promover a valorização da mulher, enfatizando sua posição no mercado do trabalho, seu papel dentro da sociedade e seu papel de poder, com o enfoque principal de combater a violência contra a mulher.
Os livros também deveriam enfatizar a cultura e a história afrobrasileira, quilombola e os povos do campo.
No entanto, a nova versão suprimiu estas orientações.
Entretanto, a nova orientação aponta que os livros devam estar livres de qualquer tipo de preconceito sobre orientação sexual ou de gênero.
A nova versão está disponível no site do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) órgão ligado ao MEC.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) sempre deixou claro que iria mudar a orientação da educação de crianças e jovens, para ele a ideologia marxista não deve ser ensinada nas escolas, por isso mesmo o tema já vinha sendo discutido com o ministro Vélez Rodrigues.