O presidente Jair Bolsonaro disse a jornalistas que teve acesso a áudios que mostraram um interesse da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) sobre o atentado que ele sofreu no ano passado, na cidade de Juiz de Fora, quando estava fazendo campanha eleitoral. As informações teriam sido repassadas para o mandatário do país através do serviço de inteligência da Polícia Federal.

O presidente comentou esses fatos durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (28). Segundo dizeres de Bolsonaro, não há ainda uma certeza sobre um possível envolvimento do PCC no atentado, onde ele levou uma facada no intestino.

No entanto, os áudios mostram que a facção criminosa tinha interesse em machucá-lo ou até mesmo matá-lo, pois uma das vontades dos criminosos seria que o capitão reformado não vencesse as eleições.

Como as investigações ainda estão em curso, o presidente preferiu não passar mais detalhes sobre o que teria recebido dos setores de inteligência.

Lincoln Gakyia, promotor que investiga as ações do PCC, disse que não tem conhecimento dessa informação repassada pelo presidente aos jornalistas, segundo informou o portal UOL. No entanto, o promotor também não negou uma suposta ligação do grupo criminoso com o atentado contra o presidente.

Em suma, até o momento, as investigações da PF avançam no sentido de que Adelio Bispo, o agressor, tenha agido sozinho.

Bolsonaro comentou que aguarda mais informações sobre o autor do atentado. Segundo o mandatário, uma análise no imposto de renda do suspeito pode levar a PF a saber quem poderia ter financiado o atentado, já que Adelio, após ter esfaqueado Bolsonaro, já teria advogados defendendo ele na Justiça.

Vazamento de informações

Jair Bolsonaro também falou do sucesso na transferência de Marcos Herbas Camacho, o Marcola, para um presídio federal no dia 13 de fevereiro.

Conflitos internos dentro do PCC facilitaram que informações não fossem vazadas e o governo não sofreu nenhuma represália com a transferência.

Facada

O presidente foi questionado pelos jornalistas sobre o que sentiu após ter levado a facada. Perguntaram se o medo o envolveu naquele momento. O capitão da reserva disse que sentiu a perfuração e teve receio de deixar seus filhos órfãos.

Bolsonaro enalteceu a equipe médica que cuidou dele e a todos os que oraram pela sua recuperação. Nesta última quarta (27), ele retornou ao Hospital Albert Einstein para uma avaliação médica. Os médicos disseram que ele estava muito bem.