Gustavo Bebianno não faz mais parte do governo do presidente Jair Bolsonaro. Depois de uma série de polêmicas com o vereador Carlos Bolsonaro, filho de Jair, e o suposto envolvimento em candidaturas laranjas, o ex-presidente do PSL foi exonerado do cargo de secretário-geral da presidência.

Bebianno torna-se o primeiro ministro a cair, em 50 dias de governo Bolsonaro, que foi iniciado no dia 1º de janeiro. O advogado dará lugar ao general Floriano Peixoto.

O anúncio da exoneração de Bebianno foi feito nesta segunda-feira (18) pelo porta-voz da presidência, Otávio Rêgo Barros, que leu carta escrita pelo presidente Bolsonaro.

Na mensagem, Bolsonaro agradece o ex-ministro pelos serviços prestados e lhe deseja boa sorte.

Bebianno era presidente do PSL durante a corrida eleitoral de 2018, que elegeu Bolsonaro com 57 milhões de votos no segundo turno, após disputa com o petista Fernando Haddad. De partido nanico, o PSL tornou-se grande graças ao presidente e conseguiu eleger 52 deputados federais, ficando atrás somente do PT.

Nos últimos dias, recaiu sobre Bebianno a denúncia de uma suposta candidatura laranja. Uma das candidatas do partido recebeu votação irrisória, mas havia embolsado cerca de R$ 400 mil do fundo partidário.

No anúncio feito pelo porta-voz, ele não comentou o porquê da demora de o governo anunciar tal decisão.

Na sexta-feira, parte da imprensa já dava como certa a exoneração de Bebianno, que estava com situação insustentável após troca de farpas com Carlos Bolsonaro.

Cronologia da queda de Bebianno

No dia 9 de fevereiro, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que o partido de Bolsonaro teria repassado verbas públicas para candidatos laranjas.

Quatro seriam de Minas Gerais e um de Pernambuco. Os candidatos não teriam feito campanha, mas receberam dinheiro do Fundo Partidário. Bebianno teria autorizado todos os repasses.

Na terça-feira (12), diante das denúncias graves, Bebianno tentou negar que estava mal visto pelo presidente e afirmou que conversou com ele três vezes.

No dia seguinte, Carlos Bolsonaro desmentiu o ministro publicamente.

A postagem feita por Carlos no Twitter foi retuitada pelo pai, Jair, e demonstrou que a situação de Bebianno estava ficando insustentável. De acordo com o jornalista Gerson Camarotti, da GloboNews, o ex-ministro teria dito que deve desculpas ao Brasil por ter viabilizado a candidatura de Bolsonaro.

A permanência do ex-presidente do PSL era defendida por alguns integrantes do alto escalão do governo federal, mas prevaleceu a vontade de Bolsonaro.