Jair Bolsonaro (PSL) sofreu um ataque de Adélio Bispo quando ainda estava em campanha ao cargo público mais elevado no Poder Executivo. Alguns meses se passaram e o político foi eleito presidente da República e já no primeiro discurso empossado ele lembrou o crime que sofreu e lembrou que alguém estava por trás do crime, já que os advogados do suspeito chegaram em jatinho particular e eram quatro profissionais. O presidente concluiu dizendo que era óbvio que haveria alguém por trás das facadas levadas por ele e, principalmente, agiram rápido para que o homem não contasse nada sobre os mandantes.

A família do presidente agora se empenha em sanar a questão levantada por todos os apoiadores: "quem mandou matar Jair Bolsonaro?".

A primeira versão dada pela Polícia Federal, em uma investigação liderada pelo delegado Rodrigo Morais Fernandes, descartou qualquer participação de terceiros no crime. Entretanto, a vítima e os familiares não acreditam nesta hipótese.

A revista Época então fez uma apuração paralela entrevistando 22 pessoas que estão ligadas ao episódio e revelou que a PF fez uma operação armada para resgatar o telefone do dono do escritório de advocacia responsável pela defesa de Adélio. O telefone de Zanone de Oliveira foi apreendido três dias antes do último Natal, em uma grande operação, e espera-se identificar possíveis comunicações com os financiadores da defesa de Adélio.

O que a revista revelou, entretanto, é que a principal hipótese de investigação da PF seria o envolvimento do PCC (Primeiro Comando da Capital) no crime.

Participação do PCC

Segundo a revista, a hipótese de envolvimento do PCC na tentativa de matar Bolsonaro e, ainda, no financiamento da defesa de Adélio estaria sendo sussurrada nos corredores da Presidência da República.

Dentro da apuração, a PF busca alguma ligação entre os advogados que se apresentaram para defender o agressor do presidente e o crime organizado. A facção criminosa surgiu em São Paulo, mas hoje já está espalhada pelo Brasil e começa a ter braços em países vizinhos.

Em outubro do ano passado, Gustavo Bebianno, ainda na condição de presidente do PSL, partido do presidente, havia dito que teve acesso ao relatório sobre o atentado a Bolsonaro e esse relatório mostrava ligação do crime com a facção criminosa.

Na época o político, que está envolvido em um recente escândalo envolvendo o Fundo Partidário e uma candidata laranja, revelou que haveria fortes indícios de lavagem de dinheiro ligadas ao agressor.

Ele também citou um homem que foi morto na mesma pousada onde estava Adélio em condições suspeitas.