Em entrevista concedida à Fox News, na madrugada de terça-feira (19), o presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, comentou sobre aspectos do seu governo. Entre os temas da entrevista, ele foi questionado a respeito de possíveis ligações com os assassinos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), e sobre um vídeo polêmico divulgado em sua conta no Twitter, logo após o Carnaval.

O presidente brasileiro falou com exclusividade à jornalista Shannon Bream, e fez questão de destacar sua admiração pelo presidente americano Donald Trump. Deu ênfase em seu apoio a questões políticas que restringem a imigração, como, por exemplo, o controverso muro que o presidente americano teria intenção de criar na fronteira do país com o México.

Bolsonaro chegou a reiterar que a política migratória do americano tem relação direta à sustentação da democracia do hemisfério sul.

Presidente diz que maioria dos imigrantes não são bem intencionados

O presidente brasileiro teria feito uma afirmação polêmica, quando disse que a maioria dos imigrantes não são bem intencionados e não visam o melhor para o povo americano. Ainda expôs seu desejo de que os Estados Unidos levasse adiante a política de imigração, visto que, na opinião do presidente, a democracia do hemisfério sul é mantida pelos EUA.

No último sábado, Jair Bolsonaro autorizou que cidadãos americanos, japoneses, australianos e canadenses pudessem ingressar ao Brasil sem que estivessem em posse do visto.

Já o seu filho, Eduardo Bolsonaro, declarou que imigrantes brasileiros em situação irregular são uma "vergonha para o país".

Vale destacar que o presidente Bolsonaro teve 81,7% de votos nos EUA em seu segundo turno das eleições. Pesquisas recentes apontam que 85% dos brasileiros que moram nos Estados Unidos não acreditam que as políticas de Trump tiveram um impacto positivo na vida das pessoas que residem no páis, enquanto outros 79% consideram que o pior ponto do governo seriam as políticas de imigração.

Após ser chamado de 'Trump dos Trópicos', Bolsonaro apoiou o presidente americano dizendo que ele está lutando contra o socialismo e que, por isso, teria todo o seu apoio nessa questão, já que ele estaria realizando o mesmo no Brasil.

A apresentadora questionou Bolsonaro a respeito de um aumento positivo na visão que os jovens estão adquirindo a respeito da palavra socialismo.

O presidente retrucou, dizendo que a França é um exemplo claro do negativismo em relação a este sistema político. Bolsonaro deixou de lado o fato de que, desde 2018, a França possui uma nova lei de imigração e asilo, na qual o presidente Macron dificultou a conquista de asilo no país, e aumentou o período onde um imigrante fica detido, de 45 para 90 dias.

Ele também respondeu perguntas sobre o caso do assassinato da vereadora Marielle Franco, bem como seus supostos laços com os assassinos. Bolsonaro justificou dizendo que, por ser um capitão do Exército brasileiro, grande parte dos oficiais de polícia são amigos dele, e que, por uma coincidência, um destes seria o suspeito de assassinar a vereadora.

Contudo, se desvencilhou da possível ligação mais próxima com qualquer um dos dois acusados, relatando que eram vizinhos mas que a mídia teria tentado fazer uma conexão entre os dois. Bolsonaro ainda falou a respeito dos comentários proferidos a respeito da comunidade LGBT, relatando que teriam sido tirados de contexto, mas afirmou que a definição de família, para ele, seria a presente na Bíblia.

O presidente segue sua agenda nesta terça-feira (19), onde irá se encontrar com o presidente Donald Trump no Salão Oval para uma reunião privada. Os dois irão se encaminhar ao Rose Garden, o jardim da Casa Branca, onde acontecerá uma declaração de ambos presidentes para a imprensa.