O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) está sendo alvo de uma representação feita pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mendes solicitou ao presidente da Corte, Dias Toffoli, nesta terça-feira (19), medidas contra declarações de Kajuru à imprensa. O senador de Goiás disse que o ministro do STF é indesejado pela maioria da população brasileira e, em tom de desabafo, disse que quer saber de onde que Gilmar Mendes tira fonte para ter um patrimônio de R$ 20 milhões. Ele perguntou se seria de algum jogo da Mega-Sena. Em seguida, Kajuru insinuou que o ministro vende sentenças e por isso está ficando rico.

As informações são da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Gilmar Mendes ficou indignado com as declarações e pediu providências ao STF. Ele pediu que sejam tomadas medidas que o próprio presidente da Corte achar cabíveis diante desses fatos.

Kajuru proferiu vários ataques ao ministro e disse que ele era sócio dos ex-governadores Beto Richa (PSDB-PR), Aécio Neves (PSDB-MG) e Marconi Perillo (PSDB-GO). De acordo com o senador, o ministro da Corte será investigado e todos os casos serão apurados para saber sobre seus envolvimentos em supostos atos irregulares. Kajuru disse que todos querem saber o motivo do ministro proteger Aécio, Perillo e tantos outros políticos. O senador disse que Mendes será o primeiro da lista da CPI da Lava Toga.

O próximo, segundo ele, será Ricardo Lewandowski.

Senadores ao lado de Kajuru

O ofício de Gilmar Mendes pedindo medidas contra o senador Jorge Kajuru teve repercussão negativa no Senado. Vários parlamentares se solidarizaram com Kajuru e repudiaram ação de Mendes.

O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, que, em uma entrevista ao "Roda Vida", da TV Cultura, havia dito que não concordavam com a CPI da Lava Toga, saiu em defesa de Kajuru e disse que senadores e deputados são invioláveis, civil e penalmente, e, por essa razão, não concorda com a ação do ministro da Corte.

Entretanto, Alcolumbre defende o equilíbrio e o respeito entre todos os Poderes.

Ataques de Mendes

Kajuru disse que a Constituição permite manifestações que visam a liberdade de expressão dos parlamentares. O senador lembrou que, recentemente, Gilmar Mendes chamou um procurador da República de "gângster". Segundo Kajuru, o ministro tem o direito de usar adjetivos, entretanto, quando alguém usa contra ele, já é alvo de processo.

O senador também afirmou que ser processado por alguém do nível de Gilmar Mendes seria o mesmo que um atestado de idoneidade.