O vice-presidente da República, Antonio Hamilton Mourão, foi questionado pelo blog de Andréia Sadi, do portal G1, sobre a confusão que envolve o presidente Jair Bolsonaro e o deputado Rodrigo Maia. Segundo Mourão, o momento é de acalmar os ânimos para evitar que temas importantes não sejam apreciados e o Brasil se prejudique com isso. Ele citou, por exemplo, a reforma da Previdência, que é uma das propostas mais importantes defendidas pelo Governo.

De acordo com o general Mourão, "parece briga de rua" essa crise entre Bolsonaro e Maia. Ele defende paciência e muito diálogo para estabilizar as coisas.

Mourão também admitiu que se colocou à disposição do presidente para qualquer coisa. Ele participará de uma reunião com empresários nesta semana e ajudará na condução da agenda econômica do governo frente a crise política vivida no país.

Recentemente, o vice se encontrou com o governador de São Paulo, João Doria, um dos defensores da reforma da Previdência, e discutiu vários cenários. Questionado pelo blog de Andréia Sadi se ele iria conversar com Rodrigo Maia, caso fosse preciso, Mourão disse que não vai "atravessar o presidente", entretanto, se for autorizado, conversa sem nenhum problema.

Reforma da Previdência

Diante da crise envolvendo Rodrigo Maia e Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados teria afirmado a aliados que a reforma da Previdência estaria acima de qualquer governo e que blindaria a proposta.

Ele afirmou ao blog de Andréia Sadi que vai levar adiante a proposta e resumiu que a reforma não tem nada a ver com esse governo.

De acordo com aliados de Maia, ele tem conversado bastante com o governador de São Paulo, João Doria, para estipular detalhes importantes da proposta. Ambos teriam combinado de mexer em algumas partes da proposta enviada pelo governo.

Segundo apurado pelo blog do portal G1, cogitou-se até mesmo a voltar na reforma como estava no tempo do ex-presidente Michel Temer. No entanto, conforme as emendas que seriam alteradas, ficou melhor deixar o texto do ministro Paulo Guedes. João Doria teria também pedido, em conversa com Maia, para que Paulo Guedes fosse blindado dessa crise entre ele (Maia) e Bolsonaro.

Em uma rápida declaração à reportagem do blog, Doria disse que se a reforma da Previdência não passar, o Brasil pode virar uma Venezuela. "Todos perdem", disse.

Nesta segunda-feira (25), Maia afirmou que não existe nenhum "troco" em curso de parlamentares para prejudicar o governo Bolsonaro. Maia admitiu que defende que parlamentares não derrubem decreto assinado pelo presidente de liberar turistas norte-americanos e de outros países de visto para a entrada no país.