Após uma crise instaurada entre o escritor Olavo de Carvalho e a cúpula militar, o presidente Jair Messias Bolsonaro fez um post em sua conta no twitter a fim de pedir que ambas as partes virassem a página a fim de finalizar as trocas de farpas entre eles. Entretanto, a publicação feita pelo presidente acabou acirrando ainda mais a crise, pois, o presidente, na manhã desta terça-feira (7), elogiou Olavo de Carvalho, mesmo após as ofensas feitas por ele aos militares.

Na publicação do presidente, ele escreveu que o escritor é uma pessoa reconhecida e admirada não só por ele, mas também por muita gente.

Ele disse que o escritor foi fundamental para que o Partido dos Trabalhadores não ocupasse novamente a presidência. Ao final da publicação, o presidente instruiu ambas as partes a dar um fim na crise gerada.

Após a publicação do presidente, a cúpula militar almoçou com Bolsonaro a fim compreender qual o posicionamento do presidente em relação às críticas feitas pelo escritor, classificadas pelos militares como “desrespeitosas”. Antes do almoço, os militares se reuniram e discutiram a respeito das atividades desempenhadas pelas Forças Armadas durante estes quatro primeiros meses do ano de 2019. Segundo informações do Ministério da Defesa à imprensa, o presidente não participou deste balanço, apenas do almoço.

Estiveram presentes no almoço, Fernando Azevedo e Silva, que é ministro da Defesa, bem como comandantes do exército e oficiais.

Durante o almoço-reunião realizado no Quartel General do Exército, em Brasília, os militares decidiram obedecer às instruções dadas por Bolsonaro e dar um ponto final na crise gerada. Segundo os militares, é necessário manter o foco em questões mais urgentes do país, como a reforma da Previdênci, que tem sido um dos temas mais polêmicos no país e tem dividido a opinião dos brasileiros, e o pacote anti-crime criado pelo ministro da justiça, Sérgio Moro.

Olavo de Carvalho faz novos ataques aos militares

Na madrugada desta terça-feira, o escritor Olavo de Carvalho fez novas críticas à ala militar. O escritor chegou a chamar Eduardo Villas Bôas de “doente preso a uma cadeira de rodas”, e criticou a postura dos militares que, segundo ele, buscam proteção e se escondem atrás do general.

O general Villas Bôas, que desempenha a função de assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, sofre da doença degenerativa esclerose lateral amiotrófica. Ele não respondeu as novas ofensas do escritor. Na segunda-feira (6), o general comparou o escritor a Leon Trotski, em uma publicação nas redes sociais, mas de acordo com o posicionamento dos militares à imprensa, a crise foi encerrada com este comentário.